Peço
que você repita a palavra comigo, escandindo as sílabas
Em meados do ano passado, o Brasil já ia pela casa dos 50 mil mortos pela pandemia. E o que fez o genocida? Incentivou seus cães ferozes a invadir hospitais. Na época, o cartunista Renato Aroeira traduziu numa charge a indignação de muitos brasileiros. No desenho, a cruz vermelha dos hospitais é convertida na suástica nazista pelo genocida. Uma imagem forte e poderosa. O Ministério da Justiça decidiu perseguir Aroeira, mas deu um tiro no pé. Em solidariedade, mais de 70 artistas republicaram a charge e amplificaram a crítica.
Movimento
semelhante ocorreu nesta semana, quando o Brasil já está perto de alcançar
cinco vezes mais mortes do que em junho. Cinco manifestantes foram presos em
Brasília por expor um cartaz que reproduz o trabalho de Aroeira e acrescenta a
palavra que está no centro do debate nacional: genocida. A mesma palavra
motivou uma intimação policial ao youtuber Felipe Neto, que a usara para
criticar o presidente"¦ genocida.
Rapidamente,
uma frente de advogados criou a plataforma "Cala boca já morreu", que
oferece defesa gratuita para quem for processado ou preso por críticas ao
genocida. Felipe
Neto não se deixou intimidar e revidou à altura no ecossistema que
conhece como poucos e por meio do qual alcança milhões de pessoas. Ele postou o
vídeo "Bolso família", programa de transferência de renda para uma
única família, no caso, a do genocida.
Bem
que a oposição poderia tomar aulas de comunicação com o youtuber. Graças ao seu
alcance, o epíteto pegou e estará colado para sempre na testa de Bolsonaro:
genocida! Seus atos estimulam a reprodução do vírus que está matando milhares.
Por isso, Bolsonaro não é um assassino comum. É um genocida.
O país derrete no colapso hospitalar e sanitário. Todos os dias são de despedidas. Para não adoecer de Brasil, temos que expressar nossa indignação. Neste texto, usei 11 vezes o termo genocida. E peço que você repita comigo, escandindo as sílabas: GE-NO-CI-DA!
Nenhum comentário:
Postar um comentário