Geralda Doca
BRASÍLIA. O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado anteontem pelo Banco Central (BC) e que apontou que a economia está se desacelerando, jogou mais um balde de água fria no governo. Fontes da equipe econômica já preveem que o Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país) este ano vá crescer 3%, depois de já terem admitido ao GLOBO, recentemente, que a taxa ficaria abaixo de 4%. A previsão oficial ainda é entre 4% e 4,5%.
O ritmo da atividade em fevereiro subiu 0,3% em relação a janeiro, quando, por sua vez, havia registrado alta de 0,7% frente a dezembro, segundo acompanhamento do BC. Em comparação com fevereiro de 2010, o IBC-Br teve alta de 3,77% na série com ajuste sazonal (que desconta os efeitos típicos de determinado período, como maior ou menor número de dias úteis), refletindo também uma desaceleração em relação a janeiro.
- Mantido o ritmo atual, chegaremos ao fim do ano, mais próximo de 3% do que de 4% - disse uma fonte.
O objetivo do IBC-Br é antecipar a variação do PIB, que é calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice abrange os setores de serviços, da indústria e agropecuária.
Também contribuem para a avaliação do governo a queda, em fevereiro, de 0,4% nas vendas do comércio, interrompendo uma sequência de nove meses de taxas positivas, e de 1,8% na produção industrial, acompanhada por redução da massa salarial, conforme apontou o IBGE.
O analista da Consultoria Tendências Rafael Bacciotti disse que, embora ainda haja pressão sobre a inflação este ano, é esperado desaquecimento nos próximos meses, resultado do efeito da elevação, pelo BC, na taxa básica de juros da economia (Taxa Selic, atualmente em 11,75% ao ano) e das medidas macroprudenciais tomadas pelo governo para restringir o crédito.
FONTE: O GLOBO
Nenhum comentário:
Postar um comentário