O PSD de Gilberto Kassab arregimenta tropas no DEM, no PSDB e nos partidos governistas e vai disputar em São Paulo, em 2012, sem bater de frente com o governo Dilma. Sua guerra é 2018, não 2014, praticamente pré-definida pelo instituto da reeleição. Só errando muito Dilma vai perder, e ninguém aposta que ela vá errar tanto.
Kassab e seus mentores, como Jorge Bornhausen, fazem uma distinção: uma coisa é o governo de Dilma (que não tem alma nem tradição petista), outra é o projeto de 20 anos do PT no poder, já lançado por Lula. A ideia é conviver bem com Dilma, mas ir para o confronto com o PT em 2018.
Num movimento chamado de "transição geracional", Kassab se aproxima de Aécio Neves, do PSDB, e de Eduardo Campos, do PSB, que se uniu ao projeto Lula e agora ao de Lula-Dilma, mas não se rendeu à posição de satélite eterno do PT.
O prefeito tem pontes também com o PMDB, partido pendular que ficou com FHC, Lula e Dilma e poderá perfeitamente caminhar para qualquer um com real expectativa de poder. Uma aliança PSD, PMDB, PSB e a fusão PSDB-DEM-PPS em torno de Aécio, por que não?
São Paulo é o laboratório. Com a máquina da prefeitura e um partido novo em folha, Kassab entra no vácuo de Quércia, morto em 2010, e de Maluf, banido das campanhas majoritárias. Eis uma terceira via.
Uma boa aposta é que o candidato do PSD será Eduardo Jorge, um quadro político de primeira grandeza, com interlocução (e respeito) tanto no PT quanto no PSDB. Um trunfo sobretudo para embaralhar a polaridade PT-PSDB e definir o segundo turno.
Se der PSDB de Alckmin versus PSD com Eduardo Jorge, adivinha com quem o PT vai ficar? Se for PT versus PSD, com quem o PSDB fica? Mas, se der PT versus PSDB, o PSD tenderá para os tucanos, mas livre para ir com qualquer um dos dois.
O PSD parecia aventura, mas essa turma não brinca em serviço.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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