O PSD (Partido Social Democrático), definido pelo prefeito Gilberto Kassab como "nem de direita nem de esquerda nem de centro", nasce com viés pró-governo. Em 12 Estados, o comando está com aliados da presidente Dilma.
Partido de Kassab tem viés pró-Dilma em 12 Estados
No PSD, mesmo estrelas da oposição preferem o rótulo de "independentes"
Tendência governista se repete na bancada da nova legenda; entre os seus 42 deputados, terá até um sobrinho de ACM
Vera Magalhães e Natuza Nery
SÃO PAULO / BRASÍLIA - Definido pelo prefeito Gilberto Kassab como "nem de direita nem de esquerda nem de centro", o PSD (Partido Social Democrático) nasce com claro viés pró-governo. Das 23 unidades da federação onde está formado, em 12 o comando é de aliados da presidente Dilma Rousseff.
No mapa do DNA do novo partido, a Folha considerou "oposicionistas" as seções capitaneadas por notórios críticos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
São seis: São Paulo (Kassab e o vice-governador Guilherme Afif Domingos), Rio de Janeiro (Indio da Costa, ex-vice de José Serra), Santa Catarina (o governador Raimundo Colombo), Paraná (o ruralista Eduardo Sciarra), Tocantins (a senadora Kátia Abreu, presidente da CNA) e Goiás (Vilmar Rocha, secretário de Marconi Perillo).
Mesmo nessas seções, os caciques preferem o rótulo de "independentes". "Eu sou identificado com a oposição, porque fui candidato a vice do Serra. Mas tudo o que eu defendi a Dilma está fazendo: privatização de aeroportos, defesa dos direitos humanos", diz Indio da Costa.
Ele segue: "O PSD é uma criança que ainda está na barriga da mãe. Não seremos do contra, como muita gente na oposição. O que for a favor do Brasil, apoiaremos."
Há cinco Estados considerados "neutros", seja porque o comando está com não políticos -como em Minas, onde será presidido por um empresário-, seja porque ainda não está claro como os caciques vão se comportar.
VOTO "SIM"
Há quatro unidades, entre elas o DF, onde o PSD ainda não tomou corpo.
Quando se analisa a bancada na Câmara -de 42 deputados, pela lista mais atualizada-, a orientação pró-Dilma é mais clara.
Mesmo os dissidentes de partidos como DEM e PSDB aportam na sigla idealizada por Kassab com a disposição de votar a favor do governo.
Na Bahia, por exemplo, os seis deputados que aderiram devem seguir a orientação do vice-governador Otto Alencar, ex-PP e aliado do governador Jaques Wagner.
O rol de neogovernistas inclui até um sobrinho de Antonio Carlos Magalhães, Paulo Magalhães. O PT baiano sempre se opôs ao carlismo.
Na Paraíba, o líder do PSD será o vice-governador Rômulo Gouveia, que deixou o PSDB para ficar ao lado do governador Ricardo Coutinho (PSB) e de Dilma.
Em Mato Grosso, o vice-governador Chico Daltro, ex-PP, comandará uma das maiores bancadas: um senador de saída do DEM e três federais, todos dispostos a rezar pela cartilha dilmista.
Para Kassab, a diversidade ideológica é natural nessa fase inicial do partido, cuja composição é heterogênea.
"O ano de afirmação do PSD, de sua consolidação, será 2018, quando já teremos passado por duas eleições e será possível fechar uma posição única", diz o prefeito.
Para 2012 e 2014 vai vigorar a política de alianças, já que o partido não terá tempo de TV nem fundo partidário. A ordem na sucessão presidencial é clonar o PMDB: liberar as seções estaduais para apoiar a reeleição de Dilma ou o candidato do PSDB, sem fechar questão.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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