Quando perecia que algumas coisas estariam melhorando no trato da coisa pública e da representação dos interesses nacionais no Ministério de Relações Exteriores, o famoso Itamaraty, com o Brasil se posicionando contra as restrições aos direitos humanos no Oriente Médio e em outros lugares do mundo, eis que tem uma grave recaída: mantém os filhos e netos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com seus passaportes diplomáticos.
Isso é o mais alto grau de institucionalização da “carteirada”, da confusão entre o que vem a ser interesse público e o que é o desejo pessoal e privado. Isso equivale a dizer ao povo que é bom furar fila; que é certo estacionar na vaga reservada de deficiente sem sê-lo; que o negócio é ter algum tipo de poder público porque vai ter vantagens pessoais.
Se já não havia qualquer justificativa plausível para a emissão desses passaportes quando papai era presidente, porque suas viagens não eram revestidas de interesse público ou de Estado, agora que papai é um ex-presidente é pior ainda esboçar qualquer justificativa para mantê-los.
Com exemplos desse tipo no mais alto patamar da República, não é a toa que vemos o desregramento administrativo e degenerescência moral em mandatários públicos, conforme os mostrados recentemente no Fantástico e no CQCs no mais diversos cantos do país e alguns locais bem próximos de nós como Taubaté.
Urbano Patto é Arquiteto Urbanista, Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional e membro do Conselho de Ética do Partido Popular Socialista - PPS - do Estado de São Paulo. Críticas e sugestões: urbanopatto@hotmail.com
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