Para aliados, ex-governador teria mais resistência a enfrentar Haddad em SP
Serristas avaliam que, como o ministro nunca foi candidato, seu desempenho é tido como "imponderável"
Daniela Lima
SÃO PAULO - Ao desistir da disputa pela candidatura do PT à Prefeitura de São Paulo, a senadora Marta Suplicy afastou ainda mais o ex-governador José Serra (PSDB) do cenário eleitoral paulistano de 2012.
Na avaliação de aliados, uma disputa contra Marta seria mais confortável para Serra do que um embate com o ministro petista Fernando Haddad (Educação), candidato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Serristas ponderam que o potencial eleitoral de Marta é conhecido e, portanto, mais fácil de combater.
Ela já disputou a prefeitura três vezes -elegeu-se apenas uma-, possui bons índices de intenção de voto, mas tem grande rejeição nas classes média e alta.
Já Haddad nunca disputou uma eleição. O que torna seu desempenho "imponderável" e a campanha mais "arriscada" para o ex-governador do PSDB, segundo pessoas próximas a Serra.
O tucano nega interesse em concorrer à sucessão de Gilberto Kassab (PSD). Questionado por aliados nesta semana, antes de viajar para o exterior, voltou a dizer que não deseja entrar na disputa.
De acordo com relatos, ao justificar sua posição, Serra afirmou que teria que passar a eleição prometendo que não deixaria a prefeitura na metade do mandato para disputar outro cargo, como a Presidência ou o governo do Estado, a exemplo do que aconteceu em 2006.
Outro fator que o afasta da disputa é o resultado de diversas pesquisas eleitorais. Tanto nas encomendadas pelo PSDB quanto nas feitas por institutos independentes do partido, o índice de rejeição ao nome dele para a prefeitura é considerado alto.
No último Datafolha, divulgado em setembro, Serra empata com o ex-deputado federal Celso Russomanno (PRB), com 19% das intenções de voto, no cenário sem Marta Suplicy.
Na enquete, o índice de rejeição ao tucano foi de 32%, menor apenas que o do vereador Netinho de Paula, pré-candidato pelo PC do B (33%).
O governador Geraldo Alckmin, no entanto, acredita que Serra ainda é o melhor candidato e que é cedo para descartar a possibilidade de ele entrar na disputa.
Por isso aliados do governador trabalham para postergar as prévias do PSDB, marcadas, por enquanto, para o fim de janeiro de 2012.
Hoje o PSDB conta com quatro pré-candidatos: os secretários Andrea Matarazzo (Cultura), Bruno Covas (Meio Ambiente) e José Aníbal (Energia), e o deputado Ricardo Trípoli. Eles trabalham para manter a data das prévias.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
Um comentário:
Quanta besteira nesta "análise" !!!! Serra não sai candidato porque acha que tem chances da indicação tucana em 2014. Punto e basta. Esse papo de que tem 19% na pesquisa é outra enorme bobagem da articulista. Tem sim, 19%. E? Kassab saiu de 5%/6% e deu no que deu. Tudo depende do contexto, das forças envolvidas, das alianças etc. Ou seja, tem gosto para tudo, ou melhor, tem análise para tudo. O que conta é que Lula quer ungir Haddad, como fez com Dilma. Crê que tudo lhe é possível. Não pode ser subestimado. Só será vencido se e somente si a chapa oposicionista congregar os campos de Kassab e dos tucanos, numa única chapa, já no primeiro turno. Fora disso, os tucanos correriam o risco de ficar de fora do segundo turno, numa disputa então imprevisível entre a chapa do PSD e a do PT/PMDB e satélites.
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