sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Prefeito de BH exonera funcionários do vice

Decisão marca conflito entre PSB e PT, que não quer reeditar aliança com PSDB em 2012

Fábio Fabrini

BRASÍLIA. O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), decidiu exonerar a maioria dos servidores lotados no gabinete de seu vice, o petista Roberto Carvalho, com o qual trava uma briga nas negociações para as eleições do ano que vem. Nas contas do petista, que se diz vítima de retaliação por discordar da reedição de uma aliança entre seu partido e o PSDB na cidade, só devem sobrar em sua equipe oito dos atuais 32 funcionários (24 de confiança e oito efetivos). A medida melindra ainda mais as relações entre PT e PSB, aliados tradicionais em Minas.

Carvalho recebeu logo cedo, ontem, a visita em seu gabinete do secretário municipal de Governo, Josué Valadão, que levou o recado de Lacerda. Segundo o vice, o emissário atribuiu a exoneração em massa, que ainda deve ser publicada no Diário Oficial do município, à "tensão eleitoral" dos últimos meses.

- Disse a ele que é um desrespeito, uma deslealdade e uma traição. Se o Marcio está na cadeira, foi porque o PT o apoiou - protestou Carvalho.

Em nota, o prefeito alegou que os servidores são de sua livre nomeação. E acusou os exonerados de não cumprir suas funções "em consonância com as diretrizes da administração municipal". Ainda por nota informou: "Há uma determinação explícita a todos os servidores para que a sucessão eleitoral do próximo ano não prejudique a administração da cidade".

Indignado, o vice-prefeito - que é presidente do PT municipal e se tornou uma pedra no caminho de Lacerda na tentativa de refazer a aliança de 2008 para sua reeleição - avisou que o assunto será tratado em âmbito partidário:

- Quem está confundindo prefeitura com campanha é o prefeito. A nota é uma confissão de perseguição eleitoral antecipada.

Segundo Carvalho, quem responde pelos funcionários de seu gabinete é ele mesmo. E só no ano que vem se encerra o prazo para que eventuais candidatos deixem cargos na administração pública.

FONTE: O GLOBO

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