Adriana Fernandes
A entrevista do presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda na segunda-feira, admitindo ter omitido pagamento antecipado do Bolsa Família foi considerada um completo desastre pela presidente Dilma Rousseff e por outros setores do governo.
O mal-estar com a forma de condução da crise que envolveu o pagamento do benefício do principal programa social do governo se estende não apenas a Hereda, mas sobretudo ao vice-presidente de Habitação do banco, José Urbano.
Na semana passada, Urbano informara que a antecipação do pagamento só foi decidida após a divulgação dos boatos, para preservar a integridade física dos beneficiários que fossem em busca do seu benefício, A avaliação no Planalto é que faltou preparo ao comando do banco.
Integrantes do governo defendem uma punição, pelo episódio, mas assessores dão a entender que a tendência é manter o presidente da Caixa no cargo, O mesmo não se pode dizer do vice-presidente, em relação ao qual as cobranças são maiores: ele corre o risco de perder o posto.
Com a confiança da presidente e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, Hereda estaria fazendo um bom trabalho - afinal, o banco vem apresentando bons resultados, em contraponto aos de outras instituições financeiras. No primeiro trimestre, a Caixa registrou lucro de R$1,3 bilhão e apresentou um crescimento de 12,5%. Valor bem superior, por exemplo, ao do Banco do Brasil que teve alta de apenas 2,2% no período - e de bancos privados.
A Caixa segue sendo peça-chave na estratégia de política econômica para a retomada do crescimento econômico.
Carvalho e Maria do Rosário evitam falar do episódio
O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho e a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, evitaram ontem falar do boato sobre o fim do Bolsa Família, um dia após o presidente da Caixa Econômica, Jorge Hereda, ter pedido desculpas pelo episódio. "Não estou acompanhando este caso", disse Carvalho em São Paulo.
No mesmo evento, no Brás, a ministra Maria do Rosário interrompeu uma coletiva ao ser indagada sobre o tema. Na semana passada ela causou polêmica ao atribuir os boatos à "central de notícias da oposição"/Tiago Dantas, José Roberto Carvalho e Guilherme Waltenberg
Fonte: O Estado de S. Paulo
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