Governador disse que conversou por telefone com o ex-presidente Lula sobre o momento do País, mas negou que a sucessão presidencial tenha sido discutida
RIO DE JANEIRO - Depois de circular durante dois dias pelo interior de Pernambuco, o governador Eduardo Campos (PSB) retomou, ontem, sua agenda política nacional e afirmou que a presidente Dilma Rousseff (PT) precisa "dialogar mais" para evitar o que chamou de "ciclo de aprofundamento" da crise econômica que atinge o País. A declaração foi dada minutos antes de discursar no evento partidário organizado pelo deputado federal Glauber Braga (PSB-RJ), no Rio de Janeiro. Logo na entrada, ele foi saudado pelos militantes do PSB com o grito: "Um passo a frente, Eduardo presidente".
De acordo com Eduardo, o crescimento da economia, nos últimos três anos, foi "baixo" e, para reverter o quadro, é necessário recuperar a "confiança" dos investidores. "A sociedade está sentido o crescimento da inflação, principalmente, no que diz respeito aos preços dos alimentos. O Brasil precisa retomar o padrão que tinha antes deste período", disse. Ele também propôs que partidos do governo e da oposição se "unam" para evitar uma piora na situação econômica do País.
Mesmo se esquivando de comentar sobre a possibilidade de vir a ser candidato à presidência em 2014, o socialista confirmou ter mantido conversas, por telefone, com o ex-presidente Lula (PT) sobre "o momento atual" que vive o Brasil. Negou, no entanto, ter tratado sobre a disputa presidencial. "Encontrar com o Lula não é notícia. O Lula é um amigo, um companheiro de partido", minimizou. Desde que o governador passou a dar sinais de que poderá ser adversário de Dilma, circulam rumores de que o ex-presidente teria se afastado de Eduardo.
Apesar de portar-se como possível candidato, o socialista repetiu que o PSB só tomará uma posição sobre o assunto no ano que vem. "É como diz aquele ditado popular: quem tem pressa come cru", argumentou , acrescentando que essa postura "ganha força" diante do momento político do País. "Não é com a velha política que vamos recuperar a crença do povo brasileiro sobre o futuro do País", justificou.
Questionado sobre a queda nos índices de popularidade de Dilma, dado que ficou evidenciado na última pesquisa do instituto Datafolha, no dia 29 de junho, Eduardo considerou resultado "conjuntural". "Não sei se já havia uma queda tão grande de popularidade como essa, mas eu considero que isso é conjuntural. O importante é que a presidente não perca o rumo estratégico que todos nós desejamos", comentou. Apesar do desgaste da presidente, Eduardo cresceu apenas um ponto percentual nas intenções de voto e apareceu com 7% nessa mesma pesquisa.
O evento de ontem foi primeiro ato político de alcance nacional que Eduardo participou desde a eclosão da onda de manifestações. Sua última agenda política fora do Estado foi no dia 15 de junho, em Araxá (MG), no fórum "Conexão Empresarial".
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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