Na tentativa de minimizar perdas políticas, governo e Congresso tentam salvar a própria pele
Maria Lima, Isabel Braga
BRASÍLIA - Todo mundo à beira de um ataque de nervos. Assim está o clima entre parlamentares e integrantes do governo neste final de semestre, depois que a pressão das ruas mudou a pauta e, na tentativa de minimizar as perdas políticas, governo e Congresso tentam jogar a batata quente um no colo do outro. Ainda perplexos e sem saída, PT briga contra PT, o PMDB, contra aliados, e os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tocam a ferro e fogo uma "pauta positiva" para salvar a própria pele.
A semana termina com reuniões marcadas pelo estresse. Sem falar na presidente Dilma Rousseff, no limite da exaustão, tentando mostrar controle da situação, ouvindo movimentos sociais e fugindo de vaias. E dirigentes do Congresso já admitem o descontrole. Numa das votações da semana passada, com prejuízo para o governo, Henrique Alves teria comunicado ao vice-presidente Michel Temer que não tem mais como controlar as decisões do plenário.
No olho do furacão, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, chorou em reunião da Executiva do PT. Num discurso, disse que o PT tinha enfrentado muitas crises em seus 33 anos e que não eram essas dificuldades que iriam derrubar o partido.
- A base está muito nervosa - diz o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), saudado pelo líder do DEM , Ronaldo Caiado (GO), como "o novo líder da oposição".
Um dirigente do PMDB diz:
- Está todo mundo estressado. Já acorda de olho no Facebook para ver se tem manifestação. Renan e Henrique acham que o Planalto quer tirar o foco da crise e jogar para cá. Mas é um tiro pela culatra. Se pegar aqui, pega Dilma também.
Fonte: O Globo
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