• Vice-presidente da República conversa com o presidente do PT, Rui Falcão
Isabel Braga – O Globo
BRASÍLIA - O vice-presidente Michel Temer entrou em campo para tentar negociar pontos da reforma política que está sendo apreciada na Câmara dos Deputados. Diante das dificuldades para chegar a pontos de maior consenso sobre o tema, o presidente da comissão especial de reforma politica, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o relator da reforma, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) e o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) estiveram nesta terça-feira com Temer e fizeram apelo para que ele procure presidente de outras legendas. O pedido foi para que Temer articule pontos de convergência que permitam votar a reforma em plenário. Temer agiu rápido e conversa, na tarde desta terça-feira, com o presidente do PT, Rui Falcão.
— As divergência podem atrapalhar a votação da reforma política. Por ser do PMDB, ter bom embasamento jurídico, diálogo, o Michel é a pessoa talhada para fazer o entendimento com os partidos políticos. Cada partido quer uma coisa. O Michel defende o distritão, o Lula e o PT, lista fechada e financiamento, o PSDB distrital, o PSD parece que defende o distritão também. Precisa chegar a um entendimento, por isso fizemos o apelo a Michel para entrar com força e não corrermos o risco de fracassar novamente na votação da reforma, deixando o sistema eleitoral falho de hoje — disse Marcelo Castro, acrescentando:
— Quem quiser marcar posição forte pode, mas assim não aprovamos nada. Só vamos votar se tiver entendimento. O PT pode até bater o pé, mas vai morrer defendendo.
Segundo Castro, há consenso maior em relação a dois pontos: fim das coligações nas eleições proporcionais (para vereadores e deputados) e coincidência das eleições. Há divergências, sobre a melhor data para juntar todas as eleições - presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais, vereadores e prefeitos - se em 2018 ou 2022. Ele também acredita que será possível avançar no estabelecimento de cláusulas mínimas de desempenho para os partidos nas eleições.
O relator tinha decidido fatiar a PEC da reforma política em três PECs, como forma de driblar as divergências partidárias em torno dos diferentes temas. mas o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) desaconselhou. Para Cunha, é melhor que seja uma única PEC para evitar obstrução em plenário. O relator afirmou que a comissão especial já está finalizando o debate sobre os temas. Nesta terça-feira, iniciaram a discussão sobre o sistema eleitoral e o financiamento das campanhas.
Eduardo Cunha vem pressionando pela votação e já avisou que, se a comissão especial não votar o tema até maio, ele levará a reforma para o debate no plenário da Casa.
— Não será preciso isso. Vou apresentar meu relatório até o final de abril e votaremos na comissão — disse o relator.
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