Classe
artística está se mobilizando para evitar a reeleição do bispo
Passamos
o último fim de semana mobilizados por eleições e, com certeza, vamos passar o
próximo também. Só muda o país. Graças à extraordinária cobertura feita pelos
correspondentes e comentaristas da GloboNews, pudemos acompanhar os estridentes
estertores de Trump e a insistente e patética resistência de Bolsonaro em
reconhecer a vitória de Biden. É bem provável que se tenha o resultado do nosso
pleito municipal antes.
Recomenda-se
a leitura da coluna de Larry Rohter, na revista “Época”, confessando sua
“inveja” do eleitor brasileiro. O ex-correspondente do “New York Times” no
Brasil (1999-2007) se disse “maravilhado: as urnas fechavam ao entardecer, e o
TSE anunciava o veredito do povo até meia-noite. Nada de dúvidas ou incertezas.
Incrível”. E, pode-se acrescentar, continua assim ainda hoje, lá como cá.
Mas,
voltando a nossa disputa municipal, ela tem também seu vilão, o atual prefeito,
Marcelo Crivella, que levou o Rio ao fundo do poço. Como nos velhos tempos da
ditadura, a classe artística está se mobilizando para evitar a reeleição do
bispo, que tem agora o apoio menos envergonhado de Bolsonaro. Para isso, para
que ele não vá para o segundo turno, passei a ouvir a expressão “voto útil”, já
no primeiro turno: a opção por um candidato não necessariamente de sua
predileção para evitar a eleição do “mal maior”.
A
coluna do Ancelmo, que funciona como um observatório das eleições, já detectou
o ressurgimento do PA, Partido dos Artistas, que nessa reta final está muito
ativo. Anteontem mesmo, um manifesto assinado por nomes como Caetano, Patricia
Pillar, Leo Jaime, entre outros, foi lançado pedindo voto útil para Martha
Rocha, a fim de impedir a ida ao segundo turno do candidato da preferência do
presidente.
Como
sempre dividido, o PA tem a ala que prefere Benedita da Silva, do PT. Com ela
estão, entre outros, Chico Buarque, Wagner Moura, Gregorio Duvivier, Martinho da
Vila, Teresa Cristina. E se Martha, que tem baixa rejeição, vencer Paes num
eventual segundo turno?
Esse é o risco que correm os muitos adeptos do voto útil em Martha.
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