DEU EM O GLOBO
A mais recente pesquisa de intenção de votos do Datafolha traz uma coleção de más notícias para José Serra, o provável candidato do PSDB à sucessão de Lula. Dilma Rousseff subiu – ele caiu. Dilma cresceu no Sul e no Sudeste, ainda fortalezas de Serra. A rejeição de Serra é a maior. Dilma bate Serra no voto espontâneo. Está bom ou quer mais?
Então um pouco mais. Serra perdeu três pontos percentuais no Sudeste, onde vivem 42% da população adulta do País. A vantagem dele ali sobre Dilma desabou oito pontos percentuais. Dos eleitores ouvidos pelo Datafolha, 42% afirmaram que pretendem votar no candidato de Lula.
A mais recente pesquisa de intenção de votos do Datafolha traz uma coleção de más notícias para José Serra, o provável candidato do PSDB à sucessão de Lula. Dilma Rousseff subiu – ele caiu. Dilma cresceu no Sul e no Sudeste, ainda fortalezas de Serra. A rejeição de Serra é a maior. Dilma bate Serra no voto espontâneo. Está bom ou quer mais?
Então um pouco mais. Serra perdeu três pontos percentuais no Sudeste, onde vivem 42% da população adulta do País. A vantagem dele ali sobre Dilma desabou oito pontos percentuais. Dos eleitores ouvidos pelo Datafolha, 42% afirmaram que pretendem votar no candidato de Lula.
Outros 26% que talvez votem.
Diga-se de Serra que é um político experiente, realista e cerebral. Em análise esboçada antes mesmo de o Datafolha ir a campo avaliar o humor dos brasileiros, ele listou algumas das dificuldades que enfrentará para se eleger presidente da República. Uma delas: o discurso de candidato.
Reconhece que o de Dilma, por ora, é superior ao dele. Dilma prega a continuidade de uma situação aprovada pela esmagadora maioria dos brasileiros. E ainda promete fazer algumas mudanças para melhor. Eleição, aqui ou em qualquer parte, se define com base em dois verbos: manter ou mudar.
Em 1998, quando o real começava a fazer água, o presidente Fernando Henrique se reelegeu por pouco ainda no primeiro turno. O medo do real se desmanchar com uma eventual eleição de Lula levou os brasileiros a conjugar o verbo manter. O real desmanchou-se em seguida no colo de Fernando Henrique.
Ainda vale a divisão simplificada do eleitorado proposta em 2002 pelo marqueteiro Duda Mendonça, responsável pela campanha de Lula. Um terço vota no PT, um terço contra o PT e o outro terço decide a eleição. Até início de abril, Lula repassará a Dilma os votos do PT – mais rapidamente do que se imaginava.
O terço contra o PT está com Serra – e com ele permanecerá. Como atrair a fatia maior do terço restante? Serra tem uma vaga ideia. Dilma tem uma ideia pronta. Serra sabe que a lembrança do segundo governo de Fernando Henrique poderá derrotá-lo – como o derrotou em 2002. Nada mais favorável a Dilma do que a lembrança do período Lula.
Uma vez obrigado a engolir Dilma, o PT está empenhado em elegê-la. Para isso sacrificará qualquer candidato a governador – Tarso Genro, no Rio Grande do Sul, inclusive. Lula só espera a hora de varrer as candidaturas do PT ao governo de Minas Gerais para apoiar a candidatura de Hélio Costa (PMDB).
E o PSDB? Desgastada por suspeitas de corrupção, Yeda Crucius, governadora do Rio Grande do Sul, insiste em tentar se reeleger. A candidatura de Beto Richa ao governo do Paraná desmontou o palanque que Serra armava por lá com a ajuda do PDT. Tasso Jereissati, no Ceará, é um problema para Serra. E Sérgio Guerra, em Pernambuco, outro.
O DEM já foi melhor companhia – aí a desgraça do governador José Roberto Arruda, do Distrito Federal, pôs tudo a perder. Geraldo Alckmin é disparado o favorito para ganhar o governo de São Paulo. Mas se ele tocar a campanha em cima de suas realizações passadas como governador, esquecendo as de Serra? Isola! Bate na madeira!
Serra e Dilma provaram ser competentes como operadores do poder. Serra precisa provar que também é competente como operador político. Operador do poder impõe. Operador político compõe. Dilma tem ao seu lado um magnífico operador político – Lula. O de Serra terá de ser ele mesmo.
Nas próximas semanas, espera-se de Serra alguma prova de maestria política. Só parece haver uma capaz de assombrar seus pares e assustar os adversários: a conquista de Aécio Neves para a vaga de vice. Se isso não ocorrer, Serra irá à luta dependendo do acaso, da sorte ou do erro do adversário para vencer.
Irônico, pois é. Quem serviu de sparring para que o primeiro operário chegasse lá poderá também servir de sparring para que a primeira mulher chegue.
Diga-se de Serra que é um político experiente, realista e cerebral. Em análise esboçada antes mesmo de o Datafolha ir a campo avaliar o humor dos brasileiros, ele listou algumas das dificuldades que enfrentará para se eleger presidente da República. Uma delas: o discurso de candidato.
Reconhece que o de Dilma, por ora, é superior ao dele. Dilma prega a continuidade de uma situação aprovada pela esmagadora maioria dos brasileiros. E ainda promete fazer algumas mudanças para melhor. Eleição, aqui ou em qualquer parte, se define com base em dois verbos: manter ou mudar.
Em 1998, quando o real começava a fazer água, o presidente Fernando Henrique se reelegeu por pouco ainda no primeiro turno. O medo do real se desmanchar com uma eventual eleição de Lula levou os brasileiros a conjugar o verbo manter. O real desmanchou-se em seguida no colo de Fernando Henrique.
Ainda vale a divisão simplificada do eleitorado proposta em 2002 pelo marqueteiro Duda Mendonça, responsável pela campanha de Lula. Um terço vota no PT, um terço contra o PT e o outro terço decide a eleição. Até início de abril, Lula repassará a Dilma os votos do PT – mais rapidamente do que se imaginava.
O terço contra o PT está com Serra – e com ele permanecerá. Como atrair a fatia maior do terço restante? Serra tem uma vaga ideia. Dilma tem uma ideia pronta. Serra sabe que a lembrança do segundo governo de Fernando Henrique poderá derrotá-lo – como o derrotou em 2002. Nada mais favorável a Dilma do que a lembrança do período Lula.
Uma vez obrigado a engolir Dilma, o PT está empenhado em elegê-la. Para isso sacrificará qualquer candidato a governador – Tarso Genro, no Rio Grande do Sul, inclusive. Lula só espera a hora de varrer as candidaturas do PT ao governo de Minas Gerais para apoiar a candidatura de Hélio Costa (PMDB).
E o PSDB? Desgastada por suspeitas de corrupção, Yeda Crucius, governadora do Rio Grande do Sul, insiste em tentar se reeleger. A candidatura de Beto Richa ao governo do Paraná desmontou o palanque que Serra armava por lá com a ajuda do PDT. Tasso Jereissati, no Ceará, é um problema para Serra. E Sérgio Guerra, em Pernambuco, outro.
O DEM já foi melhor companhia – aí a desgraça do governador José Roberto Arruda, do Distrito Federal, pôs tudo a perder. Geraldo Alckmin é disparado o favorito para ganhar o governo de São Paulo. Mas se ele tocar a campanha em cima de suas realizações passadas como governador, esquecendo as de Serra? Isola! Bate na madeira!
Serra e Dilma provaram ser competentes como operadores do poder. Serra precisa provar que também é competente como operador político. Operador do poder impõe. Operador político compõe. Dilma tem ao seu lado um magnífico operador político – Lula. O de Serra terá de ser ele mesmo.
Nas próximas semanas, espera-se de Serra alguma prova de maestria política. Só parece haver uma capaz de assombrar seus pares e assustar os adversários: a conquista de Aécio Neves para a vaga de vice. Se isso não ocorrer, Serra irá à luta dependendo do acaso, da sorte ou do erro do adversário para vencer.
Irônico, pois é. Quem serviu de sparring para que o primeiro operário chegasse lá poderá também servir de sparring para que a primeira mulher chegue.
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