O PT reagiu às provocações do PSDB sobre os aeroportos. Nas redes sociais e na internet, nomes como José Dirceu e Rui Falcão disseram que houve concessão e não venda
PT rebate críticas por privatização
Partido diz que concessão é diferente da venda de ativos feita no governo FH
Adriana Vasconcelos, Martha Beck e Ronaldo D"Ercole
BRASÍLIA e SÃO PAULO. O PT reagiu ontem às provocações do PSDB em relação à privatização dos aeroportos. Alguns petistas querem aproveitar a festa dos 32 anos do partido para dar uma resposta à militância, pela concessão de três dos maiores terminais brasileiros à iniciativa privada. A ideia é insistir no discurso da diferença entre privatização e concessão. O ex-ministro José Dirceu usou seu blog para fundamentar essa diferença, que pode, inclusive, ser usado na resolução política que será votada na reunião do Diretório Nacional do PT, marcada para hoje. Na mesma linha, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, postou ontem em seu site um artigo em que o jornalista Hélio Doyle afirma que "não é de estranhar que os oposicionistas queiram passar à sociedade a ideia de que o governo Dilma aderiu às teses privatistas".
No Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ) salientou a diferença entre a privatização do governo Fernando Henrique Cardoso, quando houve venda de ativos, e as concessões propostas por Dilma Rousseff. Mas no confronto com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), no Salão Azul do Senado, acabou escorregando:
- Nossa privatização foi a mais bem-sucedida da história do país.
- O PT saiu do armário! Bem-vindo ao mundo das privatizações - provocou Aécio.
Aécio não perdoou o escorregão do petista, que ficou nervoso em entrevista à Globonews:
- Mais uma vez o PT se apropria de uma agenda do PSDB. Se eles continuarem assim, o Brasil pode melhorar mais ainda. Antes, porém, a presidente Dilma deve um pedido de desculpas ao PSDB por ter demonizado as privatizações que fizemos no governo de Fernando Henrique.
- Acabei me atrapalhando, mas insisto que o que fizemos não foi uma privatização, mas uma concessão à iniciativa privada. A presidente Dilma fez essa opção para alavancar investimentos e não para pagar juros da dívida, como o PSDB - reagiu Lindbergh.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também quis frisar as diferenças:
- O modelo do governo Fernando Henrique tinha na lei de concessão a obrigação de utilizar o recurso para pagar dívida. É uma diferença fundamental.
Já o ex-presidente Fernando Henrique defendeu o modelo adotado para a concessão dos aeroportos. Segundo ele, não se pode tratar processos de privatização como uma "questão ideológica", e o fato serviu para "desmistificar demônios privatistas".
O economista Pérsio Arida considerou o leilão "um passo extraordinário" e disse que é "sempre bom quebrar tabus".
FONTE: O GLOBO
Nenhum comentário:
Postar um comentário