Diogo Bercito | Folha de S. Paulo
PARIS - Partidos à esquerda e à direita se uniram em torno da candidatura do centrista Emmanuel Macron para impedir a direitista Marine Le Pen chegar à Presidência.
O conservador François Fillon, do Republicanos (centro-direita), discursou logo após a divulgação dos primeiros resultados e declarou seu apoio ao rival. "Não há outra escolha a não ser votar contra a extrema direita."
Fillon chegou em terceiro lugar. Ele disse, em seu quartel de campanha, que a Frente Nacional de Le Pen é "conhecida por sua violência e por sua intolerância".
A vitória da radical, afirmou o conservador, dividiria o país.
O apoio de Fillon, de grande peso, se somou ao de outros políticos de destaque no partido Republicanos –o que servirá como munição a Le Pen para retratar Macron como mais um candidato do sistema, a que se opõe.
Alain Juppé, que concorreu à candidatura conservadora e foi derrotado por Fillon, também pediu o voto no centrista.
"O país precisa de reformas corajosas para reconstruir um Estado forte", disse. "Espero que Macron restaure o crédito da França no cenário europeu", declarou.
O Partido Socialista, que está hoje no governo, pediu igualmente aos eleitores que escolham Macron durante a disputa do segundo turno.
O candidato socialista Benoît Hamon, derrotado no primeiro turno com só 6,35% dos votos, sugeriu que a base rejeite Le Pen "da maneira mais forte possível".
A declaração de Hamon coincidiu com a de diversos ministros do gabinete do presidente François Hollande –que telefonou a Macron para felicitá-lo. O primeiro-ministro, Bernard Cazeneuve, pediu "solenemente" que os eleitores escolham Macron para impedir "o projeto funesto de Le Pen".
Descontentes com ambas as opções, porém, franceses protestaram em Paris agitando bandeiras vermelhas contra as idas de Macron e Le Pen para o segundo turno.
A manifestação, com cerca de 300 pessoas, teve carros queimados e confronto com a polícia, que deteve três pessoas.
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