Vera Rosa - O Estado de S. Paulo
Desde que foi aberto o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o PT se dividiu em três grupos. De um lado estão os que querem que Dilma caia logo porque aí poderão reassumir o protagonismo na oposição ao governo de Michel Temer, sem perder a bandeira do golpe nas eleições. De outro perfilam-se aqueles que, pragmáticos, defendem a aproximação com Temer; e uma outra ala, hoje minoritária, ainda luta para a presidente afastada reassumir sua cadeira no Planalto.
Esse terceiro grupo apresenta uma subdivisão. A maior parte deseja que Dilma avalize a proposta de plebiscito para convocação de novas eleições, antes de 2018, mas há quem veja isso como capitulação. O mosaico de posições explica a ausência de dirigentes do PT nas últimas manifestações de apoio a Dilma. Em reuniões fechadas, integrantes de movimentos sociais já se revoltaram com essa apatia e houve quem chamasse o comando do partido de “covarde”.
Após muitas discussões sem a direção do PT, Dilma decidiu fazer um gesto: na Carta aos Brasileiros, ela apoiará a ideia de antecipar a disputa presidencial. O documento deve ser divulgado dia 10.
Na mira da Lava Jato, o ex-presidente Lula tenta sobreviver e salvar o PT. Muitos acham que ele lavou as mãos por saber que o jogo está jogado. Não foi à toa, porém, que Dilma disse que o PT precisa admitir seus erros éticos e passar por uma “grande transformação”.
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