Cristian Klein – Valor Econômico
RIO - Depois da desistência do senador Romário, a grande "noiva" nos últimos momentos à qual se oferece uma aliança para a eleição a prefeito do Rio é o PSB, que realiza hoje sua convenção. Mas quem conseguiu um casamento forçado, numa vitória de última hora, é o candidato do PSDB, Carlos Osorio. O deputado estadual obteve o apoio do PPS, o que evitará seu isolamento na disputa municipal. Ainda assim, é uma situação bem diferente à pretendida pelo presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, que se movimentou para formar uma frente contra o candidato do prefeito Eduardo Paes, Pedro Paulo Carvalho, ambos do PMDB.
Parte da Executiva municipal do PPS se reuniu ontem à tarde e derrubou a convenção ocorrida na véspera, que havia optado pelo apoio ao candidato do Rede, o deputado federal Alessandro Molon. A votação dos convencionais, segundo a presidente do diretório municipal, Norma Shirley, registrou 25 votos para Molon contra 13 para Osorio. A dirigente pretende recorrer à cúpula nacional do PPS, presidida pelo deputado federal Roberto Freire, para se voltar à decisão anterior. "A democracia está sendo violentada. É um tapa na cara dos filiados, um absurdo", disse Norma, ao Valor.
A dirigente critica o presidente estadual do PPS, deputado estadual Comte Bittencourt, que por meio de ofício ao diretório municipal anulou a convenção, sob a justificativa de que o encontro escolheu apoiar Molon, mas não deliberou sobre as candidaturas a vereador. "É um erro inadmissível. Por essa convenção o partido não teria candidatos a vereador!", aponta Bittencourt.
O presidente estadual disse que "o melhor seria a realização de uma nova convenção", mas como a convocação exigiria uma antecedência de sete dias, e o prazo para os partidos registrarem as candidaturas ou apoios termina amanhã, decidiu remeter a decisão à Executiva municipal. Por unanimidade, cinco integrantes do colegiado levaram o PPS a aderir a Carlos Osorio.
Norma reconhece que "pecou neste detalhe" da chapa dos vereadores. "Foi um equívoco, um esquecimento, porque teve muito debate no dia. Mas isso é o de menos", disse. A dirigente argumenta que o nome e os números dos dez vereadores já haviam sido escolhidos e seriam incluídos. "Mas hoje o livro de ata não estava mais no diretório, estava 'viajando' para dizer que não tínhamos incluído", disse. Norma afirma que a Executiva municipal, com sete integrantes, também teria maioria para aprovar o apoio a Molon, mas que "faltou convocação" e a reunião a favor de Osorio contou com três integrantes efetivos e dois suplentes. "Não fui porque eles queriam que eu legitimasse", disse.
Presente na reunião, o secretário-geral dos diretórios municipal e estadual, Roberto Percinoto afirmou que a opção por Osorio está "em consonância" com a posição do PPS nacional e que o problema de Molon é que ele votou contra o impeachment. "E depois fez um pacto de segundo turno com os candidatos do PSOL [Marcelo Freixo] e do PCdoB/PT [Jandira Feghali]", disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário