• Mais votado no primeiro turno, João Leite troca tom passivo do início da campanha por acusações contra o adversário Alexandre Kalil (PHS)
Pedro Venceslau - O Estado de S. Paulo
Decisiva para as pretensões políticas do senador Aécio Neves (PSDB-MG), a campanha do tucano João Leite à prefeitura de Belo Horizonte mudou de estratégia nos últimos dias e partiu para a ofensiva contra o adversário Alexandre Kalil (PHS), que cresceu e, em pesquisa Ibope divulgada na semana passada, apareceu pela primeira vez numericamente à frente na disputa.
Depois de evitar confrontos diretos no primeiro turno, a equipe de comunicação de Leite abandonou o tom passivo e passou a usar a propaganda eleitoral na TV para acusar o rival de não pagar direitos trabalhistas para seus funcionários.
Em vídeo divulgado no horário eleitoral, uma suposta ex-funcionária afirma que os empregados do candidato do PHS não estavam conseguindo receber aposentaria ou outros benefícios da Previdência e acusa Kalil de apropriação indébita. “Se a empresa dele trata assim seus funcionários, imagine esse homem na prefeitura”, disse Adriana Madureira, que se apresentou como ex-funcionária de Kalil. Em outro trecho, ela afirma que o candidato “entrava na empresa gritando, saia berrando e não dava nem bom dia”.
A campanha de Leite levou Adriana para a plateia do debate entre os candidatos promovido nesta terça-feira, 25, pela TV Alterosa, afiliada do SBT, e voltou a acusar o candidato de não recolher os impostos trabalhistas. Kalil negou a acusação e disse que Adriana não foi sua funcionária, mas tinha uma empresa que prestava serviço à sua empreiteira.
Reforço. A mudança de tom na campanha tucana coincidiu com a chegada a Minas do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que interrompeu um ciclo de viagens por capitais brasileiras para reforçar a campanha do aliado.
Correligionários do senador, que é presidente nacional do PSDB, estão atuando diretamente na campanha de Leite. Entre os novos colaboradores está a irmã de Aécio, Andrea Neves, estrategista das campanhas do senador.
Outro que também passou a atuar na campanha de Leite é o deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG), um dos principais interlocutores do dirigente tucano na Câmara. O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), ex-governador do Estado, completa o time que tenta levar o PSDB de volta ao comando da capital mineira.
Planos. Pré-candidato ao Palácio do Planalto em 2018, Aécio tem como prioridade neste segundo turno eleger seu aliado para não perder espaço na sigla.
Em 2014, o aliado de Aécio em Minas, Pimenta da Veiga, perdeu a eleição no Estado para o petista Fernando Pimentel. Em 2016, o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, do PSB, rompeu com o senador. Sem a máquina estadual ou municipal, o PSDB mineiro enfrentou um isolamento político no Estado. Parte dos tucanos mineiros cobram mais atenção de Aécio a Minas e que ele dispute o governo mineiro em 2018 para recompor seu grupo. /
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