DEU EM O GLOBO
Presidente da Força Sindical sai de reunião no Planalto fazendo ameaças
Chico de Gois e Isabel Braga
BRASÍLIA. O deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), da base aliada do governo, deu um ultimato à presidente Dilma Rousseff. Ontem, em duas ocasiões, ele cobrou do governo o reajuste da tabela do Imposto de Renda em 6,43% e ameaçou: caso o Palácio do Planalto não chame as centrais sindicais para negociar até segunda-feira, no dia seguinte elas entrarão com várias ações na Justiça pelo país. Para o deputado, ao não mexer na tabela do Imposto de Renda, o governo está praticando um confisco.
Pela manhã, depois de se reunir no Planalto com o ministro Luiz Sérgio, da Secretaria de Relações Institucionais, Paulinho disse que a pauta de reivindicação das centrais contempla três reajustes: o salário mínimo de R$540 para R$580; 10% para os aposentados que ganham acima do mínimo; e 6,43% na tabela do Imposto de Renda.
- Se o governo não abrir negociação até segunda-feira, na terça vamos entrar com uma enxurrada de ações no Brasil inteiro. Para ficar barato para o governo, queremos o reajuste na tabela do IR em 6,43%, que é a inflação do período pelo INPC.
Não é a primeira saia justa imposta pelo PDT. O deputado é do mesmo partido do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, presidente licenciado da legenda. Nesta semana, Lupi contradisse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que anunciara que o governo vetará um mínimo superior a R$540. Para Lupi, o Congresso é soberano e, caso decida por um mínimo de R$580 - como querem as centrais sindicais -, o governo tem de ceder. Dilma não gostou nada da divergência pública.
O deputado disse que anteontem protocolou uma carta com essas reivindicações no gabinete da presidente. E avaliou que, na votação da medida provisória que fixa o mínimo em R$540, o governo irá perder. Para Paulinho, o "governo está esquisito":
- Dilma está numa redoma e não deixam ninguém chegar perto dela. O governo está começando a ter problema com os movimentos populares.
À tarde, Paulinho voltou à carga, após reunião da bancada na Câmara. Suas críticas foram endereçadas, desta vez, ao ministro Mantega.
- O governo Dilma está mal nessa história. Pôr o Mantega para negociar não dá. Ele não tem jeito para falar com os trabalhadores. No governo Lula, tínhamos o ministro Luiz Dulci (ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência). Com o Mantega não dá - afirmou Paulinho, ressalvando que falava como presidente da Força Sindical.
Ele descartou a possibilidade de o mínimo ir só a R$543:
- Não dá nem para tomar duas cachaças. Quer dizer, não dá nem para uma.
À tarde, o deputado mais uma vez ameaçou o governo:
- Se não corrigir a tabela do IR, é confisco do salário dos trabalhadores. Nosso prazo é até segunda-feira. Não é corda no pescoço. A presidente Dilma que colocou a corda no pescoço do trabalhador, ao não corrigir. Para começar bem o governo, deve corrigir a tabela.
Presidente da Força Sindical sai de reunião no Planalto fazendo ameaças
Chico de Gois e Isabel Braga
BRASÍLIA. O deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), da base aliada do governo, deu um ultimato à presidente Dilma Rousseff. Ontem, em duas ocasiões, ele cobrou do governo o reajuste da tabela do Imposto de Renda em 6,43% e ameaçou: caso o Palácio do Planalto não chame as centrais sindicais para negociar até segunda-feira, no dia seguinte elas entrarão com várias ações na Justiça pelo país. Para o deputado, ao não mexer na tabela do Imposto de Renda, o governo está praticando um confisco.
Pela manhã, depois de se reunir no Planalto com o ministro Luiz Sérgio, da Secretaria de Relações Institucionais, Paulinho disse que a pauta de reivindicação das centrais contempla três reajustes: o salário mínimo de R$540 para R$580; 10% para os aposentados que ganham acima do mínimo; e 6,43% na tabela do Imposto de Renda.
- Se o governo não abrir negociação até segunda-feira, na terça vamos entrar com uma enxurrada de ações no Brasil inteiro. Para ficar barato para o governo, queremos o reajuste na tabela do IR em 6,43%, que é a inflação do período pelo INPC.
Não é a primeira saia justa imposta pelo PDT. O deputado é do mesmo partido do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, presidente licenciado da legenda. Nesta semana, Lupi contradisse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que anunciara que o governo vetará um mínimo superior a R$540. Para Lupi, o Congresso é soberano e, caso decida por um mínimo de R$580 - como querem as centrais sindicais -, o governo tem de ceder. Dilma não gostou nada da divergência pública.
O deputado disse que anteontem protocolou uma carta com essas reivindicações no gabinete da presidente. E avaliou que, na votação da medida provisória que fixa o mínimo em R$540, o governo irá perder. Para Paulinho, o "governo está esquisito":
- Dilma está numa redoma e não deixam ninguém chegar perto dela. O governo está começando a ter problema com os movimentos populares.
À tarde, Paulinho voltou à carga, após reunião da bancada na Câmara. Suas críticas foram endereçadas, desta vez, ao ministro Mantega.
- O governo Dilma está mal nessa história. Pôr o Mantega para negociar não dá. Ele não tem jeito para falar com os trabalhadores. No governo Lula, tínhamos o ministro Luiz Dulci (ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência). Com o Mantega não dá - afirmou Paulinho, ressalvando que falava como presidente da Força Sindical.
Ele descartou a possibilidade de o mínimo ir só a R$543:
- Não dá nem para tomar duas cachaças. Quer dizer, não dá nem para uma.
À tarde, o deputado mais uma vez ameaçou o governo:
- Se não corrigir a tabela do IR, é confisco do salário dos trabalhadores. Nosso prazo é até segunda-feira. Não é corda no pescoço. A presidente Dilma que colocou a corda no pescoço do trabalhador, ao não corrigir. Para começar bem o governo, deve corrigir a tabela.
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