Lula procurou aliados para garantir apoio à reeleição de Dilma
Fernanda Krakovics
BRASÍLIA - Em sua passagem por Brasília esta semana, o ex-presidente Lula voltou a articular com força a campanha da reeleição da presidente Dilma Rousseff, afagou aliados importantes do PMDB, tentou dar uma chacoalhada no PT e distribuiu conselhos para tentar melhorar a relação do governo com o Congresso e com a sociedade civil. Após participar anteontem do lançamento da candidatura do presidente do PT, Rui Falcão, à reeleição, Lula se reuniu ontem de manhã com Dilma, no Palácio da Alvorada. No próximo dia 19, será a vez de Dilma ir a São Bernardo do Campo (SP), reduto de Lula, anunciar investimentos federais em habitação e mobilidade urbana.
Reforçar a agenda de viagens da presidente pelo país é uma das estratégias para tentar reverter a queda de popularidade de Dilma e do governo. Para a próxima semana, estão previstas mais duas viagens, além de São Bernardo: na terça-feira, ela deve anunciar mais investimentos do PAC Cidades Históricas em Minas, provavelmente em São João Del Rei, cidade do tucano Aécio Neves; e, na sexta-feira, deve participar, na capital paulista, de uma solenidade na área de Educação.
Nas 18 horas em que permaneceu em Brasília, Lula disse que quer conversar com o presidente do PSB e governador Eduardo Campos (PE). Afirmou que tem expectativa de que ele desista da candidatura. Em outra frente, Rui Falcão minimizou o fato de Marina Silva estar em segundo lugar nas pesquisas e colocou em dúvida sua competitividade.
Em um gesto de agrado ao PMDB, Lula visitou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Enquanto setores do PT pregam publicamente o rompimento com o PMDB, Lula prestigiou o partido. Disse aos peemedebistas presentes no encontro com Renan que eles precisam conversar sobre as eleições do ano que vem e permanecer unidos.
- Precisamos sentar, conversar, está afunilando (a eleição). Temos que nos unir - afirmou Lula, de acordo com os presentes.
Quanto ao aceno de Lula para Eduardo Campos, os petistas torcem para que o governador apoie a reeleição de Dilma.
- O presidente Lula foi pedagógico: disse que respeitará se Eduardo Campos for candidato, mas, demonstrando apreço por ele, disse que tem interesse em ter uma conversa - contou o senador Jorge Viana (PT-AC).
O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência, disse que o governo Dilma não teme qualquer candidato:
- É muito cedo ainda, mas não temos que estar preocupados com quem será candidato, temos que estar preocupados em qualificar a candidatura da presidente à reeleição. Não temos medo de disputa com ninguém. Insisto, com ninguém.
Fonte: O Globo
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