Valdo Cruz, Paula Reverbel – Folha de S. Paulo
BRASÍLIA, SÃO PAULO - No encontro que tiveram nesta sexta (29), o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) disse a Henrique Meirelles que ele será o "fiador" e a figura central da economia em seu governo, caso o Senado determine o afastamento da presidente Dilma Rousseff.
Segundo assessores, o vice-presidente disse que todas as medidas na economia, inclusive as que têm relação com outros ministérios, "vão começar a partir da Fazenda".
Temer também disse a Meirelles que nenhuma decisão na área econômica já foi tomada. Nos encontros que tiveram nos últimos dias, o ex-presidente do Banco Central disse que, para ter sucesso na recuperação da credibilidade do país, é preciso que ele seja o responsável final pelas medidas na área econômica e participe da definição dos principais nomes da equipe.
Temer entregou a Meirelles a missão de definir três nomes que podem comandar o BC, para que eles escolham um deles conjuntamente.
Os dois combinaram que não irão divulgar o nome do futuro presidente do banco neste momento porque isto esvaziaria o atual comandante do órgão, Alexandre Tombini. A ideia é que Tombini fique no cargo durante um período de transição, até que os novos nomes da diretoria sejam escolhidos e aprovados pelo Senado.
Ao deixar a residência de Temer em São Paulo nesta sexta, Meirelles disse que"restaurar a confiança na solvência futura do Estado brasileiro" será o principal desafio do novo governo.
Para o economista, não há necessidade de alteração dos programas sociais. Temer, no entanto, avalia realizar um corte de gastos governamentais e um pente-fino nos programas.
Sobre a probabilidade de uma gestão Temer ter maioria no Congresso para fazer as mudanças econômicas necessárias, Meirelles afirmou que a "expectativa é que sim". "Existe hoje já uma consciência nacional de que precisa se restaurar o equilíbrio macroeconômico para que o Brasil volte a crescer".
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