• Ex-ministro de FHC, Jungmann é cotado após Jobim dizer a Temer que prefere ajudar fora do governo; Cristovam nega ida para Cultura
Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) é o nome praticamente definido para o Ministério da Defesa no futuro governo Michel Temer, caso o Senado acate o pedido de impeachment e a presidente Dilma Rousseff seja afastada em meados de maio. As chances do parlamentar se consolidaram principalmente depois que o senador Cristovam Buarque (DF), também do PPS e pernambucano, descartou publicamente a ida para o Ministério da Cultura em entrevista à Rádio Estadão. Sem Buarque, Jungmann passou a ser o único nome do partido no páreo para ocupar o primeiro escalão do novo governo.
Ex-ministro da Reforma Agrária e ex-presidente do Ibama no governo Fernando Henrique Cardoso, Jungmann estudou e acompanhou de perto assuntos ligados à Defesa, tanto no Congresso Nacional quanto em contato direto com o ex-ministro da área nos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma, seu amigo Nelson Jobim, responsável por ter implementado o ministério na prática.
Jobim era o preferido por Temer para voltar à pasta da Defesa, mas preferiu ficar fora do novo governo, alegando, por exemplo, que sua atuação como advogado-consultor de empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato poderia dar munição a adversários do vice e dele próprio.
Ouvido, o ex-ministro acertou que dará apoio ao governo como membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o “Conselhão”, e apoiou o nome de Jungmann “com entusiasmo”, segundo articuladores políticos.
A intenção de Temer é manter os atuais comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, que vêm sendo consultados informalmente sobre os nomes cotados para a Defesa, inclusive o de Jungmann. Eles têm o compromisso de não se meterem em questões políticas, nem assumir qualquer lado.
Cultura. Na quinta-feira, Temer se reuniu com Cristovam Buarque e com o deputado Roberto Freire (SP), presidente nacional do PPS. Ontem, em entrevista à Rádio Estadão, que não pretende assumir um ministério em um eventual governo do peemedebista. O senador, que foi ministro da Educação de Lula, era cotado para a pasta da Cultura. “Não farei parte do governo Temer. Se for chamado, direi não, afirmou o parlamentar.
Cristovam argumentou que tem um papel a cumprir no Senado e que não tem motivação para entrar num governo como ministro. “Não fiz parte dos que lideraram (o pedido de) impeachment (de Dilma Rousseff). Até tenho reafirmado que não estou convencido que houve crime (de responsabilidade), estou convencido que ela não tem mais condições de governar este País, falei isso nos últimos anos. Mas hoje não estou ainda com a certeza de que existe a razão do crime.” / Colaborou Elizabeth Lopes
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