Quando
não se tem a iniciativa na luta e a própria luta termina assim por
identificar-se com uma série de derrotas, o determinismo mecânico transforma-se
em uma formidável forca de resistência moral, de coesão, de perseverança
paciente e obstinada. “Eu estou momentaneamente derrotado, mas a forca das
coisas trabalha por mim a longo prazo, etc.” A vontade real se disfarça em um
ato de fé, numa certa racionalidade da história, numa forma empírica e
primitiva de finalismo apaixonado, que surge como um substituto da predestinação,
da providência, etc., próprias das religiões confessionais.”
*Antonio Gramsci, Cadernos do Cárcere, v.1, p. 106, 4ª edição, Civilização Brasileira, 2006.
Nenhum comentário:
Postar um comentário