• Programa do partido, que vai ao ar hoje, destaca desemprego e inflação
Simone Iglesias - O Globo
BRASÍLIA- A tentativa da presidente Dilma Rousseff de se reaproximar do seu vice, Michel Temer, esbarra na falta de disposição dos peemedebistas de levar adiante uma pauta conjunta. Temer tem defendido “união” e “diálogo” para superar as crises política e econômica”, mas pessoas próximas a ele dizem que este discurso não é uma sinalização de entendimento em relação à pauta do governo, nem uma bandeira branca à presidente, com quem as relações seguem estremecidas.
Uma demonstração do ânimo do PMDB com Dilma será hoje à noite, no programa partidário recheado de críticas à má gestão, ao crescimento do desemprego e à escalada da inflação.
— Vimos 2015 ir embora, um ano que todos queriam que acabasse logo. Entramos em 2016 com a mesma sensação de impotência. Continuamos desiludidos. O desemprego vem de mãos dadas com a caristia. A combinação não poderia ser pior: as famílias perdendo a renda e os preços subindo. (...) Nem a banana é vendida mais a preço de banana. O brasileiro empobreceu, entristeceu e o país precisa reagir já — diz a locutora no começo do programa.
Nenhum dos seis ministros do PMDB aparece na propaganda partidária. Temer é o primeiro a falar e diz que todos “já sabem os motivos” de as coisas estarem dando errado:
— Estamos vivendo dias muito difíceis, principalmente em função dos nossos próprios erros. É natural que haja sentimento de desconfiança, de abatimento, de pessimismo, o que não nos ajuda em nada (…) Todos nós já sabemos os motivos, mas é preciso resgatar o ânimo e reabrir as portas para o crescimento — afirma o vice.
Deputados do partido defendem o que chamam de “Plano Temer”, lembrando que no ano passado, o PMDB, sob coordenação do vice-presidente, apresentou o programa “Uma ponte para o futuro”, com medidas para a área econômica. O documento, com forte viés liberalizante, foi entregue à Dilma, que nunca encampou as ideias sugeridas. Na propaganda, ainda é lançado o chamado “Plano Temer 2”.
— Vem aí, com o apoio da Fundação Ulysses Guimarães, o Plano Temer 2, que vai propor como manter e ainda ampliar os ganhos sociais — diz o deputado Rodrigo Pacheco (MG).
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