O Estado de S. Paulo
A ação federal no caso do delator morto em São Paulo é tão essencial como foi no de Marielle no Rio
O assassinato audacioso de um delator do PCC,
à luz do dia, no aeroporto internacional do principal Estado do País, confirma
brutalmente o quanto o crime organizado está ganhando a guerra, faz o que quer
e está infiltrado nas instâncias de poder e nas polícias. Logo, é fundamental
acelerar o pacote antiviolência do Ministério da Justiça e, finalmente, com
absurdo atraso, conferir mais poder de atuação da Polícia Federal – obviamente,
com os correspondentes recursos financeiros e humanos.
O delator morto, Antônio Vinícius Gritzbach, que vem sendo equivocadamente chamado de “empresário”, era parte do esquema criminoso, foi preso sob acusação de assassinato e, só então, com patrimônio milionário, decidiu fazer delação premiada para amenizar sua pena. Ele estava dentro do esquema, sabia muito, era uma testemunha-chave, um troféu para a investigação.
Não dava para brincar com sua segurança, mas
brincaram. Um dos alvos da delação de Gritzbach era o aparato policial de São
Paulo, mas não é que delegaram sua segurança justamente a policiais paulistas?
Na hora H, com o delator vulnerável, no aeroporto de Guarulhos, três dos quatro
seguranças estavam num posto de gasolina. O carro deles “não pegou”.
Brincadeira de mau gosto. Nem quem acha que vacina causa aids acredita numa
coisa dessas.
Portanto, a PF é fundamental contra crime
organizado, tráfico, milícias e corrupção nas polícias estaduais. É assim no
caso do delator do PCC em São Paulo como foi no dos mandantes do assassinato de
Marielle Franco no Rio. A então PGR, Raquel Dodge, insistia na federalização,
mas autoridades do Rio resistiram. Claro! Os mandantes eram o próprio chefe da
Polícia Civil, um conselheiro do TCE-RJ e um deputado federal. Como Dodge
previra, o crime só foi solucionado e essa turma presa com a entrada da PF.
O pacote antiviolência do ministro Ricardo
Lewandowski pode ser aperfeiçoado por governadores e especialistas. O que não
pode é ficar trancado na Casa Civil, empoeirando, por falta de consenso e por
conveniência política. Todos sabemos do grau de contaminação do crime nos
Estados e que governadores correm para Brasília quando a coisa aperta. Como
rejeitar atualização das leis para nacionalizar e ampliar a ação da PF e da PRF
no enfrentamento dessa crise, hoje federal, até transnacional?
Não se trata de “interferência federal”, nem
“quebra da autonomia dos Estados”, como gritam certos governadores mais
preocupados com ideologia e política do que com a segurança. Se estivessem
vencendo a guerra, vá lá. Mas, definitivamente, não é o que acontece.l
3 comentários:
Tarcísio trazendo o modus operandi carioca para São Paulo. Só falta viatura azul e branca...
Anonimo à esquerda é imbecil. Não é carioca, jumento invejoso, é fluminense. MAM
Verdade.
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