Eike negocia investimento de R$ 3,2 bi com o BNDES
Linha de crédito de R$ 2,7 bi representa 90% de orçamento de novo estaleiro
Capitalização da MPX, braço de energia da holding do empresário, teria participação da subsidiária BNDESPar
Leila Coimbra
RIO - O empresário Eike Batista negocia com o BNDES duas operações de injeção de dinheiro em suas empresas que, somadas, chegam a R$ 3,2 bilhões.
Está em curso um processo de capitalização da MPX, braço de energia da holding EBX, controlada por Eike, que chegará a R$ 1,3 bilhão.
Desse total, pouco menos da metade, ou R$ 600 milhões, virá via BNDESPar, subsidiária de participação do banco, nos mesmos moldes pensados para a fusão do Pão de Açúcar/Carrefour.
A BNDESPar irá subscrever debêntures conversíveis em ações emitidas pela MPX. E com isso o banco, que já é sócio da empresa, aumentará ainda mais a sua fatia no grupo.
Além da BNDESPar, participarão da capitalização da MPX a Gávea Investimentos e o próprio Eike Batista, que irão aportar R$ 200 milhões cada um. Se os minoritários aderirem à operação para acompanhar os sócios, terão que colocar mais R$ 370 milhões na operação.
Para a OSX, empresa de construção naval de Eike, é esperada a liberação de uma linha de crédito de R$ 2,7 bilhões via BNDES para as obras de seu estaleiro, no porto Açu, no Rio.
Eike Batista disse que a construção do estaleiro está orçada em pouco mais de R$ 3 bilhões e que os R$ 2,7 bilhões do empréstimo virão do Fundo da Marinha Mercante, do governo federal.
CAIXA E BB
De acordo com o diretor financeiro da OSX, Roberto Monteiro, não está garantido que o BNDES será o responsável pelo repasse do dinheiro, já que a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil também são habilitados para a liberação dos recursos do fundo.
Mas Monteiro confirmou que a operação foi enquadrada junto ao BNDES.
O grupo EBX informou que, dos R$ 35 bilhões previstos em seu plano de investimentos para o período 2007-2012, R$ 5,9 bilhões vêm de linhas já aprovadas ou em negociação com o BNDES. Do total, R$ 3,3 bilhões são relativos a empréstimos diretos e o restante é proveniente de repasses.
Na semana passada, a OSX obteve a licença ambiental do estaleiro e conseguiu junto ao Conselho Diretor do Fundo de Marinha Mercante o enquadramento da obra como prioritária.
Entre os projetos que o Conselho Diretor do Fundo de Marinha Mercante concedeu status de prioridade, o estaleiro da OGX é o de maior valor.
Em seguida vem o estaleiro da empresa Indústria Naval de Pernambuco, a ser construído no norte do Estado do Rio, cujo valor é de R$ 731 milhões.
ESTALEIRO
Segundo Eike, na estrutura de capital elaborada para a construção do estaleiro está previsto o aporte de capital próprio, além dos R$ 2,7 bilhões do BNDES.
O dinheiro virá da oferta inicial de ações realizada no ano passado pela OSX (IPO na sigla em inglês), que foi considerada um fracasso na ocasião. Dos R$ 9,9 bilhões previstos, a empresa levantou pouco menos de R$ 3 bilhões.
O estaleiro da OSX utilizará tecnologia da sul-coreana Hyundai e ficará pronto em 2014.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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