A "folha corrida" da bancada do PP, como dissera o ministro Mário Negromonte, é, de fato, extensa: 18 de seus 41 deputados são ou foram réus, entre eles Paulo Maluf, acusado de lavagem de dinheiro.
PP: 18 deputados respondem por irregularidades
Dados da Transparência Brasil mostram que outros 19 estiveram envolvidos em ilicitudes; bancada tem 41 parlamentares
Cleide Carvalho
SÃO PAULO. Dos 41 deputados federais em exercício do PP, 18 respondem ou responderam a processos na Justiça por algum tipo de irregularidade, segundo levantamento com base nos dados da ONG Transparência Brasil. Outros 19 tiveram nomes envolvidos em ilicitudes, mesmo que muitas vezes isso não tenha se transformado em processo. Em entrevista ao GLOBO, o ministro Mário Negromonte (Cidades), do PP, em crise com seu partido, disse que alguns deputados têm "folha corrida".
Em nome de Beto Mansur (SP), ex-prefeito de Santos, constam cinco inquéritos e uma ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF), mais 35 processos no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Ele já foi condenado por uso de recursos públicos para promoção pessoal e autuado por exploração de trabalho escravo em Goiás.
Ex-governador e duas vezes prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (SP) foi alvo de ações por crimes contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e falsidade ideológica. Nas eleições de 2010, tomou posse depois que o Supremo Tribunal Federal derrubou a Lei da Ficha Limpa.
Representante da bancada paulista, Aline Corrêa é alvo de ação penal no STF por falsificação do selo do IPI. Ela é filha do ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), réu do mensalão.
Carlos Souza (AM) foi autuado por exploração de trabalho escravo e é alvo de inquéritos sobre abuso de poder político a crimes contra a administração da Justiça, além de tráfico de drogas.
O deputado Roberto Dorner (MT) é alvo de ação civil pública por danos ambientais. Na maioria dos casos, deputados do PP respondem por irregularidades cometidas quando ocuparam cargos públicos. Aguinaldo Ribeiro (PB) foi condenado a devolver dinheiro aos cofres públicos e teve direitos políticos suspensos, mas recorreu.
Carlos Magno (RO) foi acusado de usar em obra particular material e trabalhadores contratados para construir um teatro. No Paraná, Dirceu Sperafico (PR) responde por crime contra o patrimônio e apropriação indébita. Dimas Fabiano (MG) responde a ação de execução fiscal movida pelo município de Varginha e ação penal no TRE.
O ex-governador Esperidião Amin (SC) responde a oito ações civis públicas por danos ao Erário e improbidade administrativa. Numa ação popular, foi condenado a devolver dinheiro às Centrais Elétricas de Santa Catarina, mas recorreu.
João Pizzolatti (SC) foi condenado a ressarcir dano causado ao Erário. Recorreu. Também estão listados no site Transparência Brasil, por inquéritos por improbidade, José Linhares (CE), Renato Molling (RS) e José Otávio Germano (RS).
FONTE: O GLOBO
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