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O preço de governar
Quem quiser que continue fazendo de conta que o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) não negocia o apoio de partidos ao seu governo em troca de cargos e de outras sinecuras.
O Centrão, sigla que reúne os partidos mais fisiológicos da Câmara, comemorou, ontem, a nomeação da deputada Tereza Cristina para ministra da Agricultura anunciada pelo próprio Bolsonaro.
Ela é ruralista, sim, indicada pela bancada dos proprietários de terras. Mas é também do DEM, uma das pilastras do Centrão. O DEM está com um pé dentro do governo e que pôr o outro.
Não só o DEM. Cargos de segundo e terceiro escalões estão sendo negociados com outros partidos. Não se governa sem apoio no Congresso. E apoio custa caro, o capitão sabe.
Congresso com medo de Moro
Recado para Bolsonaro
Se a intenção do presidente eleito Jair Bolsonaro foi pôr medo em deputados e senadores com a nomeação de Sérgio Moro para ministro da Justiça e da Segurança Pública, saiba que alcançou o objetivo.
Falar contra em público, nenhum deles ousará fazê-lo. Mas em rodas de cafezinho em qualquer dependência do Congresso, deputados e senadores criticam Moro e, por tabela, Bolsonaro.
É compreensível. Há uma grande quantidade deles enrascada com a Lava Jato. Um terço dos novos deputados eleitos em outubro também está. E essa gente teme uma nova leva de prisões quando o Congresso voltar das férias de fim de ano.
A aprovação, ontem, pelo Senado do reajuste de salários do Judiciário foi um recado para Bolsonaro que era contra. Metade, pelo menos, dos senadores favoráveis ao reajuste responde a inúmeros processos.
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