Ricardo Beghini
DEU NO ESTADO DE MINAS
Ex-presidente deu sinais de que deve se filiar ao partido nas próximas semanas, mas quer conhecer melhor as posições da legenda em questões como a reforma política
O ex-presidente Itamar Franco (sem partido) deu mostras ontem de que está disposto a voltar ao jogo político e que, provavelmente, se filiará ao PPS nas próximas semanas. A legenda é presidida pelo senador Roberto Freire, que foi líder do governo de Itamar na Câmara, quando o mineiro esteve no Palácio do Planalto, entre 1992 e 1994. Numa analogia ao futebol, o ex-presidente brincou que está disposto a ir para o banco de reservas, mas entra em campo dependendo do técnico.
A futura posição do jogador Itamar, no entanto, é uma incógnita. Ele não deu pistas sobre qual cargo disputaria numa eventual filiação ao PPS. “É preciso saber se eles vão me deixar falar o que eu penso”, afirmou, pouco antes de percorrer a barco a barragem Chapéu D’Uvas, zona rural de Juiz de Fora. A represa de 12 quilômetros quadrados foi iniciada pelo presidente Juscelino Kubitschek e concluída por Itamar, em 1994, ainda como presidente da República.
Apesar da proximidade com Freire, é na esfera nacional o maior impasse para a filiação de Itamar. “Não sei o que eles pensam nacionalmente.” Ele disse não concordar, por exemplo, com as listas fechadas, tese, segundo o ex-presidente, defendida pelo PPS na reforma política. As listas fechadas priorizam a escolha do partido na votação. O eleitor, por sua vez, vota de acordo com uma relação de candidatos apresentada pelo partido. O voto vai diretamente para o partido e ajudará a eleger os candidatos da lista, que seria definida internamente em uma convenção regional por meio do voto secreto dos convencionais.
Relações Por outro lado, no estado, as relações entre o PPS e Itamar são as melhores possíveis. O partido pertence à base aliada de Aécio Neves (PSDB). Itamar é um ferrenho defensor da candidatura do governador de Minas à Presidência da República no ano que vem. Em várias ocasiões, ele ressaltou as diferenças de postura do mineiro em relação ao tucano José Serra (PSDB), pré-candidato paulista. Os dois concorrerão às prévias do partido em fevereiro do ano que vem.
“Serra atua nos bastidores. Aécio joga mais aberto.” Itamar aproveitou para alfinetar o paulista, que, segundo ele, se apresenta como pai dos remédios genéricos. A ideia, de acordo com o ex-presidente, foi de Jamil Haddad, ministro da Saúde de Itamar. “Vamos ter que contestá-lo”, avisou.
O ex-presidente também mirou nos opositores do presidente Lula. “A oposição está sem um norte. É preciso compensar a bússola.” Para Itamar, as chances de uma vitória serão ainda menores, em 2010, se não acorrer um consenso entre os tucanos paulistas e mineiros. “Se houver uma ruptura entre os dois estados, será muito difícil.” O ex-presidente descartou, veementemente, que o nome dele possa ser usado para estabelecer uma ponte política entre Minas e São Paulo. Itamar está sem partido desde 2006, quando deixou o PMDB pela quarta vez.
DEU NO ESTADO DE MINAS
Ex-presidente deu sinais de que deve se filiar ao partido nas próximas semanas, mas quer conhecer melhor as posições da legenda em questões como a reforma política
O ex-presidente Itamar Franco (sem partido) deu mostras ontem de que está disposto a voltar ao jogo político e que, provavelmente, se filiará ao PPS nas próximas semanas. A legenda é presidida pelo senador Roberto Freire, que foi líder do governo de Itamar na Câmara, quando o mineiro esteve no Palácio do Planalto, entre 1992 e 1994. Numa analogia ao futebol, o ex-presidente brincou que está disposto a ir para o banco de reservas, mas entra em campo dependendo do técnico.
A futura posição do jogador Itamar, no entanto, é uma incógnita. Ele não deu pistas sobre qual cargo disputaria numa eventual filiação ao PPS. “É preciso saber se eles vão me deixar falar o que eu penso”, afirmou, pouco antes de percorrer a barco a barragem Chapéu D’Uvas, zona rural de Juiz de Fora. A represa de 12 quilômetros quadrados foi iniciada pelo presidente Juscelino Kubitschek e concluída por Itamar, em 1994, ainda como presidente da República.
Apesar da proximidade com Freire, é na esfera nacional o maior impasse para a filiação de Itamar. “Não sei o que eles pensam nacionalmente.” Ele disse não concordar, por exemplo, com as listas fechadas, tese, segundo o ex-presidente, defendida pelo PPS na reforma política. As listas fechadas priorizam a escolha do partido na votação. O eleitor, por sua vez, vota de acordo com uma relação de candidatos apresentada pelo partido. O voto vai diretamente para o partido e ajudará a eleger os candidatos da lista, que seria definida internamente em uma convenção regional por meio do voto secreto dos convencionais.
Relações Por outro lado, no estado, as relações entre o PPS e Itamar são as melhores possíveis. O partido pertence à base aliada de Aécio Neves (PSDB). Itamar é um ferrenho defensor da candidatura do governador de Minas à Presidência da República no ano que vem. Em várias ocasiões, ele ressaltou as diferenças de postura do mineiro em relação ao tucano José Serra (PSDB), pré-candidato paulista. Os dois concorrerão às prévias do partido em fevereiro do ano que vem.
“Serra atua nos bastidores. Aécio joga mais aberto.” Itamar aproveitou para alfinetar o paulista, que, segundo ele, se apresenta como pai dos remédios genéricos. A ideia, de acordo com o ex-presidente, foi de Jamil Haddad, ministro da Saúde de Itamar. “Vamos ter que contestá-lo”, avisou.
O ex-presidente também mirou nos opositores do presidente Lula. “A oposição está sem um norte. É preciso compensar a bússola.” Para Itamar, as chances de uma vitória serão ainda menores, em 2010, se não acorrer um consenso entre os tucanos paulistas e mineiros. “Se houver uma ruptura entre os dois estados, será muito difícil.” O ex-presidente descartou, veementemente, que o nome dele possa ser usado para estabelecer uma ponte política entre Minas e São Paulo. Itamar está sem partido desde 2006, quando deixou o PMDB pela quarta vez.
Nenhum comentário:
Postar um comentário