O consolo
Os réus do mensalão marcaram um gol com o direito aos embargos infringentes. Mesmo derrotado, o relator do processo e presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, também se deu por satisfeito com a escolha de Luiz Fux para relator. Pois este foi bombardeado pelo núcleo duro dos réus. Serviu de consolo, aos alinhados com Joaquim, que, publicado o acórdão, serão feitas as primeiras prisões.
Um voto sem contestação
O presidente Joaquim Barbosa sabia que a batalha de ontem estava perdida. A posição do ministro Celso de Mello era prevista. Por isso, ficou em silêncio. Era sabido que nada mudaria o voto do decano do Tribunal. Ao perder o round, ele gostou da fixação de regra pela qual, para ter direito aos embargos, o réu precisa de quatro votos. Chamou a atenção Gilmar Mendes ter se retirado. Com veemência, ele contestou outros ministros, mas ontem quis se poupar de alusões à sua cruzada anterior para pôr fim aos embargos.
"Julgamentos do STF, para que sejam imparciais, isentos e independentes, não podem expor-se a pressões externas, como o clamor popular e a pressão das multidões"
Celso de Mello
Ministro do STF, ao aceitar embargos infringentes no processo do mensalão
No meio do caminho
Para ingressar no PR, o deputado Romário impôs ontem uma condição ao ex-governador Anthony Garotinho: apoio para concorrer à prefeitura do Rio em 2016. Se a deputada estadual Clarissa Garotinho concordar, a filiação será na terça-feira.
Nos bastidores
A senadora Lídice da Mata (BA), na foto, também defendeu, como o governador Cid Gomes, que não era hora de deixar o governo. Luiza Erundina (SP) sustentou que o PSB não podia ir para a oposição. Foi Antonio Carlos Valadares (SE) quem propôs retirar, da carta, parágrafo que tratava dos ataques anônimos de petistas contra o PSB.
Os insatisfeitos que se retiram
O ex-líder Márcio França fez questão de lembrar que o PSB saia do governo a 20 dias do prazo de filiação de candidatos para 2014. Sua fala abriu a porta de saída para os que ficarem descontentes com a decisão.
Calibrando a retórica
O presidente interino do PSB, Roberto Amaral, saiu da reunião preocupado com declarações de socialistas contra o PT. Alguns defenderam que os petistas deixassem os governos do PSB. Amaral conserta: "A saída do governo Dilma, para concorrer à presidência, não é um rompimento com o PT. Não queremos fora de nossos governos os petistas que ocupam cargos e nos apoiam"
A "Vovozona"
Na conversa do governador Eduardo Campos (PSB) com a presidente Dilma, ele reclamou de atos desagradáveis e hostilidades dos petistas. Ela ouviu, disse que não concordava e pediu a Campos que relatasse futuros atos de bullying.
Virando o jogo
A ministra Ideli Salvatti saiu fortalecida com a manutenção da multa de 10% do FGTS. O líder do PT, José Guimarães, conta que ela virou o voto de várias bancadas aliadas. O governo venceu bem na Câmara e por apenas um voto no Senado.
Para se mudar para o PMDB, a presidente da CNA e senadora Kátia Abreu (PSD) está reivindicando a presidência do partido em Tocantins.
Com Simone Iglesias, sucursais e correspondentes
Fonte: O Globo
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