• No rio, dilma participa de ato na baixada com pezão em resposta aos eventos com o candidato tucano
Silvia Amorim, Carina Bacelar, Cássio Bruno, Fernanda Krakovics, Leticia Fernandes e Marcelo Remígio - O Globo
SÃO PAULO e RIO - O candidato a presidente Aécio Neves (PSDB) vai replicar a tática de criação de comitês suprapartidários, adotada no Rio de Janeiro, em outros seis estados onde tem o apoio de dissidentes do PMDB e do PSB. Para evitar problemas com a Justiça Eleitoral - já que PMDB e PSB apoiam Dilma Rousseff (PT) e Eduardo Campos (PSB), respectivamente, na disputa nacional -, a campanha tucana não usará a imagem de candidatos a governador desses partidos no material de campanha de Aécio. Fará uma distribuição conjunta dos "santinhos". Isso acontecerá em Pernambuco, Ceará, Piauí, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.
Em São Paulo, Eduardo Campos, que não teve agenda ontem, produziu folhetos com a imagem dele e do governador tucano Geraldo Alckmin. Mas a campanha de Aécio optou pela distribuição casada do material. Ou seja, em Pernambuco, o "santinho" de Aécio será entregue junto com o do candidato a governador Paulo Câmara (PSB), que apoia Campos, mas tem o PSDB em sua coligação no estado. Assim como no Rio, com material de Luiz Fernando Pezão, candidato à reeleição pelo PMDB, e de Aécio. No Ceará, o mesmo se dará com o candidato do PMDB, Eunício Oliveira, e em Santa Catarina, com o governador Raimundo Colombo (PSD).
- Se eles (PSB) estão tirando casquinha do governador Geraldo Alckmin em São Paulo, vamos fazer um trabalho semelhante em outros estados - disse o coordenador geral da campanha de Aécio, senador Agripino Maia (DEM-RN).
Ontem, Aécio se reuniu na capital paulista com o candidato peemedebista ao governo capixaba, Paulo Hartung, e o senador Ricardo Ferraço (PMDB) para acertar a parceria em favor do tucano no estado. Na próxima segunda, o presidenciável fará reunião em um hotel em SP com todos os 27 coordenadores regionais de campanha.
No Rio, nove dos dez prefeitos dos municípios fluminenses com o maior número de eleitores declararam apoio ao movimento "Dilmão", que defende as candidaturas à reeleição de Dilma e Pezão. O "Dilmão" promove hoje um jantar com cerca de 300 convidados em uma churrascaria em São João de Meriti, Baixada Fluminense, como resposta ao lançamento no estado da candidatura a presidente de Aécio, semana passada, em Queimados, também na Baixada. Além de Dilma e Pezão, os organizadores esperam reunir 60 prefeitos, lideranças políticas, deputados federais e estaduais. O evento será o pontapé inicial da campanha de Dilma no Rio.
Segundo o prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso (sem partido), da coordenação do "Dilmão", as nove cidades com prefeitos que apoiam Dilma - Rio, São Gonçalo, Caxias, Nova Iguaçu, Niterói, Campos, Belford Roxo, São João de Meriti e Volta Redonda - são 65% do eleitorado.
- Não estamos preocupados em lotar a churrascaria, queremos mostrar a adesão de prefeitos. Vamos apresentar prestação de contas de Dilma no estado e mostrar a importância da reeleição - disse Cardoso, em alusão ao almoço do movimento "Aezão" que reuniu 1.800 pessoas no Rio.
Para evitar problemas com os demais candidatos ao Palácio Guanabara da base aliada da presidente, a coordenação da campanha de Dilma promoverá eventos com Lindbergh Farias (PT), Marcelo Crivella (PRB) e Anthony Garotinho (PR).
Para minimizar a insatisfação com a presença de Dilma em ato político com Pezão, os demais candidatos foram avisados do jantar com antecedência pela coordenação da campanha. O presidente do PT, Rui Falcão, coordenador geral, virá amanhã ao Rio e terá reuniões com Garotinho, Crivella e com o prefeito Eduardo Paes (PMDB). À noite, ele participará de plenária do PT com Lindbergh.
Em carreata ontem na Maré, Garotinho disse que Dilma deve visitar conjunto habitacional na Zona Oeste ou na Baixada entregue em sua gestão.
- Fui comunicado do encontro ("Dilmão") pelo ministro (Ricardo) Berzoini (Relações Institucionais), que pediu para eu fazer uma agenda. Eu deixei que ela viesse primeiro com o Pezão, para ele explicar a posição dos prefeitos que foram no almoço com o Aécio e, agora, vão num jantar com ela. Precisam dizer com quem estão - ironizou.
Já Lindbergh, visivelmente constrangido com o início da campanha de Dilma no Rio ao lado de Pezão, desejou "sorte" à presidente, durante corpo a corpo em São Gonçalo, na Região Metropolitana:
- Vamos esperar o momento certo para fazer agenda com ela. Não vou ficar nessa picuinha política. Sei ganhar a eleição no meio da rua, conversando com as pessoas. Desejo sorte a ela.
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