A
formação de um novo trio na linha de frente da política fiscal é a aposta do
Ministério da Economia para melhorar o diálogo com o Congresso.
Apossibilidade
de formação de um novo trio na linha de frente da política fiscal – Bruno Funchal,
Jefferson Bittencourt e Ariosto Antunes Culau –é a aposta do Ministério da
Economia para melhorar o diálogo com o Congresso, a Esplanada dos Ministérios,
o mercado e também a sociedade.
Os
três têm em comum o fato de serem técnicos com robusto conhecimento na área
fiscal, mas também contam com experiência de diálogo – habilidade que faltava
ao secretário Especial de Fazenda, Waldery Rodrigues.
Waldery deixará o cargo em mais uma reformulação da equipe econômica, na sequência da saída de vários secretários que integraram o time original, formado na transição de governo no final de 2018.
Entre
os técnicos do Ministério da Economia que lidam diariamente com o “chão de
fábrica” dos crescentes problemas orçamentários e fiscais, a troca é
considerada bem-vinda, e os nomes dos substitutos considerados muito bons. Uma
janela para diminuir o desgaste sofrido ao longo do ano no embate orçamentário
e das medidas econômicas de combate à pandemia, como o auxílio emergencial.
O
momento é particularmente difícil porque os próximos meses serão de arrocho nas
contas do governo depois do corte no Orçamento para atender ao acordo político
com o Congresso e manter o aumento das emendas parlamentares. Se não segurarem
esse rojão, o acordo não vai funcionar.
A
pressão é grande porque há risco de paralisação de programas importantes, como
o Censo de 2021 e tantos outros, o que tem ampliado o desgaste do ministro da
Economia, Paulo Guedes, e da sua equipe.
Há
também um clima de revolta entre os demais ministros com o corte das despesas e
pressão política para divisão do “Superministério da Economia”, criado no
início do governo.
O
diagnóstico é que Guedes precisa ganhar tempo até que a situação fique mais
favorável para começar a reversão do bloqueio nos gastos que foi feito no
Orçamento. Esse aperto fez parte do acordo fechado entre o Planalto e as
lideranças do Centrão para a sanção do Orçamento (com vetos parciais).
No
meio da briga por recursos e discussões eternas sobre regras fiscais para
liberação de gastos fora do teto de gastos, que se prolongam desde o ano
passado, lideranças governistas e ministros da ala política do governo pediram
a cabeça de Waldery. Os políticos não o enxergavam como interlocutor e
reclamavam da falta do antigo Ministério do Planejamento para uma negociação
mais “olho no olho”.
No
Ministério da Economia, já tem tempo que ninguém mais escondia os problemas
dentro da equipe com Waldery, antes mesmo de o presidente Bolsonaro o ter
“demitido” por ter antecipado medidas não acordadas internamente sobre o
congelamento de benefícios previdenciários para abrir espaço para medidas de
corte de gastos.
A relação com Waldery sempre foi conflituosa e o ministro, na realidade, perdeu o timing dessa troca no final do primeiro ano do governo. Como não o fez, a história ficará pelo último ato. As mudanças podem melhorar o ambiente de negociação, mas as lideranças do Centrão seguem com a pressão pela diminuição dos domínios de Guedes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário