Impeachment
é a primeira vacina para nossa saúde democrática
O
governo de Jair Bolsonaro tem sido fatal para muitos brasileiros. Seu desvario
já motivou 116 pedidos de impeachment —hoje parados pela cumplicidade do
presidente da Câmara, Arthur Lira, que diz não ver razão em 95% deles. Os
outros 5% nos bastam, deputado.
Agora está no forno um super pedido de impeachment articulado por uma frente outrora impensável, que vai de Joice Hasselmann a Talíria Petrone. Dizer ainda que não há clima político para processá-lo é impor pré-requisito para se fazer justiça.
Bolsonaro
cometeu todos os piores pecados atribuídos aos últimos presidentes e mais. Foi
eleito por um partido acusado de crime eleitoral. Fez pedaladas fiscais e
inaugurou as pedaladas ambientais, inflacionando taxas-base de desmatamento e
emissão de gases estufa para arreganhar a porteira. Seu gabinete do ódio tenta
silenciar a imprensa e a oposição enquanto investigadores paralelos perseguem
servidores públicos. Seus filhos são investigados por corrupção. E a ligação com
a milícia tem se mostrado inocultável.
Forjado
na violência e no trambique, o ex-deputado já dizia que, se fosse eleito
presidente, "daria um golpe no mesmo dia". Para mudar o Brasil,
acrescentou, seria preciso matar "uns 30 mil". Do alto de quase 400
mil mortos por Covid, parece não ter dado um golpe por falta de apoio.
Bolsonaro
também precisa ser responsabilizado pela sua cruzada contra o nosso direito
constitucional à saúde. Pode ser que a CPI
da pandemia seja capaz de desgastá-lo para que chegue a 2022
inviabilizado. É o melhor cenário para os pré-candidatos à Presidência. Mas
deixá-lo no cargo é esgarçar o tolerável.
Recordista de seu tempo em ações no Conselho de Ética, Bolsonaro sempre foi poupado por seus pares. Por sua trajetória irrefreável, deixá-lo impune mais uma vez é dar combustível para que continue nos guiando rumo à calamidade. O impeachment é a primeira vacina para nossa saúde democrática.
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