Modelo das prévias afeta diretamente os planos dos governadores João Doria, de São Paulo, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul
Grasielle Castro / Metrópoles
São Paulo – A Executiva
do PSDB decide
nesta terça-feira (8/6) quais regras serão adotadas para a votação das prévias
que vai decidir o candidato da legenda à eleição
presidencial de 2022. A definição do peso de cada voto atinge
diretamente os planos dos governadores João Doria,
de São Paulo, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul — principais
nomes da disputa.
A discussão vai girar em torno da recomendação
apresentada pela comissão das prévias, que propôs no último dia 1º a
divisão dos votantes em quatro grupos, com peso unitário de 25% do total de
votos.
A medida em análise desagrada ao governador
João Doria, que intensificou a articulação nos últimos dias para reverter a
derrota. O governador paulista defende que cada voto de cada filiado tenha o
mesmo peso.
Vale ressaltar que São Paulo é o estado com
maior percentual de filiados — 22% do total de 1,37 milhão, de acordo com dados do Tribunal Superior de Eleitoral de
abril deste ano.
Além do PSDB paulista, o PSDB Mulher,
Tucanafro e a Diversidade também vão defender essa metodologia, com voto
universal e igualitário.
A proposta que está na mesa divide os votantes entre os seguintes grupos:
1. Filiados,
2. Prefeitos e vice-prefeitos,
3. Vereadores, deputados estaduais e distritais,
4. Governadores, vice-governadores, ex-presidentes e o atual presidente da
Comissão Executiva Nacional, deputados federais e senadores.
Essa divisão também não agrada o governador
do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, principal adversário de Doria. Ele
defendia pesos entre os estados.
Ao Metrópoles, o coordenador da comissão das prévias,
ex-senador José Aníbal, diz ter expectativa de que a proposta da comissão seja
aprovada. “É uma resolução que cria oportunidade para que qualquer um candidato
tenha sucesso. Você não consegue garantir a vitória de ninguém pelas regras,
vai ser pelo trabalho de cada um”, afirma.
José Aníbal ressalta ainda que não houve
exclusão. “Todos os filiados poderão votar e tem o voto daqueles que foram
eleitos, que têm cargo”, completa.
Nos bastidores, no entanto, a previsão é de
muito debate e de possíveis ajustes. Além dos governadores, o ex-prefeito de
Manaus, Arthur Virgílio, e o senador Tasso Jereissati (CE) já demonstraram
interesse em participar das prévias. A escolha está agendada para o segundo
semestre deste ano.
A possível candidatura de Jereissati é bem
vista pelo ex-presidente da República e presidente de honra do partido,
Fernando Henrique Cardoso. Entre os aliados do senador, ele tem sido chamado de
“Bidden brasileiro”.
Impasse em São Paulo
A definição de um modelo de prévias que dê
mais peso aos votos de São Paulo é fundamental para êxito dos planos do
governador João Doria. Isso porque o projeto dele de disputar a Presidência
inclui o de fazer o sucessor no estado.
Recentemente, ele conseguiu filiar ao PSDB o vice-governador do estado,
Rodrigo Garcia, que deixou o DEM após 27 anos.
A intenção de Doria é deixar o governo em abril de 2022 para iniciar a campanha e abrir espaço para Garcia assumir o governo se tornar conhecido pela população.
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