Vitoriosos nas eleições municipais em seus redutos, Aécio e Campos já pensam
nas estratégias para derrotar o PT na disputa pela Presidência
Paulo de Tarso Lyra
As eleições municipais do último domingo marcaram, como mostrou o Correio, a
supremacia de dois caciques em seus redutos eleitorais. Mais do que mera lição
de casa, as vitórias obtidas pelos presidenciáveis Eduardo Campos (PSB) em
Recife e Aécio Neves (PSDB) em Belo Horizonte, além dos bons resultados do PT
de Luiz Inácio Lula da Silva no ABC e na capital paulistana dão tranquilidade
para que os líderes políticos pavimentem voos mais altos.
A preocupação em não perder o controle nos próprios domínios fez com que o
governador de Pernambuco, Eduardo Campos, antecipasse o planejamento político
para 2014. Como o PT rachou em Recife, ele lançou Geraldo Júlio (PSB) candidato
a prefeito. A ideia inicial do presidente nacional do PSB era preservar Geraldo
para a sucessão em 2014. Mudou de planos e conseguiu eleger o pupilo em
primeiro turno.
Para não expor as estratégias aos adversários, Campos guarda algumas opções que
não conta para ninguém. Todos os nomes pré-colocados para a prefeitura este ano
passam a ser opções: o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra
Coelho; e os secretários Tadeu Alencar (Casa Civil), Sileno Guedes (Articulação
Social ) e Danilo Cabral (Cidades). Entre os aliados do governador, especula-se
até uma aliança com o senador Armando Monteiro Neto (PTB). “Nosso bunker está
completo. Podemos pensar com calma sobre o que fazer em 2014”, disse ao Correio
um aliado do governador.
O senador mineiro (PSDB) também teve êxito na sua empreitada em Belo Horizonte,
mas terá um pouco mais de trabalho para encaixar as peças em Minas. A primeira
vitória obtida por ele foi o rompimento com o PT na capital mineira. Ele
pressionou para que o prefeito reeleito, Márcio Lacerda, não abrisse espaço
para os petistas na chapa proporcional para vereadores. Aécio ainda não definiu
quem será o candidato ao governo mineiro. Ainda durante a campanha,
especulava-se que Márcio Lacerda poderia ter um mandato mais curto na
prefeitura, tornando-se opção para suceder Anastasia. Tanto ele quanto Aécio
negam a hipótese para não arcar, antecipadamente, com o mesmo desgaste vivido
por José Serra, em São Paulo. Boa parte da rejeição do tucano paulista deve-se
ao fato de ele ter deixado a prefeitura paulistana com apenas um ano e quatro
meses de mandato para concorrer ao governo do estado, em 2006.
Fonte:
Correio Braziliense
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