"Ao expor à execração pública o diplomata Eduardo Saboia, o governo brasileiro se curva, mais uma vez, a conveniências ideológicas" - Aécio Neves (PSDB), senador por Minas Gerais
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), prováveis candidatos a presidente em 2014, partiram ontem em defesa do diplomata Eduardo Saboia. O parlamentar mineiro classificou de “deplorável” a condução do episódio pelo governo da presidente Dilma Rousseff.
“Ao expor à execração pública o diplomata Eduardo Saboia, o governo brasileiro se curva, mais uma vez, a conveniências ideológicas. Mais grave ainda, abandona as melhores tradições da nossa diplomacia”, declarou Aécio. Ele ressaltou que Saboia atuou movido por uma questão humanitária. “Fez o que qualquer homem de bem faria numa situação como a que ele vinha enfrentando há 15 meses: agiu para permitir que um cidadão perseguido pelo governo da Bolívia, e que há meses obtivera asilo do governo brasileiro, pudesse voltar a viver com dignidade”, afirmou.
Eduardo Campos, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, também elogiou a atuação do diplomata. “Eu só posso ter uma opinião: salvamos uma vida de uma doença terrível, que é a depressão. Cumprimos uma tradição, própria do povo latino e brasileiro, que é abrigar. Tenho, por dever de consciência, que cumprimentar o diplomata que fez isso”, ressaltou.
Campos comparou o caso ao do avô Miguel Arraes. “Chegou ao ponto em que o embaixador (da Argélia no Brasil) colocou meus avós em um carro e os levou até o aeroporto. Como você acha que uma pessoa que cresceu ouvindo essa história vai reagir (ao caso Molina)? Não interessa se ele é de esquerda ou de direita”, disse, referindo-se ao episódio em que um diplomata do país africano ajudou o político brasileiro a fugir do país durante a ditadura, em 1965.
Fonte: Correio Braziliense
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