A presidente Dilma Rousseff trabalhou como nunca para tirar sua popularidade do atoleiro nos últimos quatro meses.
Em junho, Dilma foi à TV e falou por dez minutos. Propôs pactos para melhorar quase tudo no Brasil. Sugeriu ao Congresso uma reforma política, antecedida de um plebiscito. Começou a viajar pelo país sem parar. Lançou o programa Mais Médicos.
O PT fez propaganda na TV e turbinou a imagem de Dilma como estadista. A presidente voltou a fazer pronunciamentos em rede nacional em homenagem ao 7 de Setembro e, nesta semana, para celebrar a concessão de uma área do petróleo do pré-sal.
Se eles existem, os deuses da política também ajudaram Dilma. Um vazamento gigantesco de dados indicou que o Brasil havia sido espionado de maneira torpe pelas agências de inteligência dos EUA. A presidente brasileira surfou sobre a cabeça de seu colega norte-americano, Barack Obama. Durona, cancelou uma visita a Washington. Ganhou fartos minutos de mídia espontânea positiva nos telejornais. Para quem precisava melhorar a popularidade, um episódio assim foi quase como ganhar na Mega-Sena acumulada.
Mas qual foi o resultado? Modesto, para dizer o mínimo. Em março, o Datafolha apurou que o governo Dilma era aprovado por 65% dos eleitores. No mesmo mês, o Ibope registrava 63%. Em junho, com os protestos de rua e o mau humor geral, as taxas despencaram para 30% e 31%.
A exposição "megablaster" de Dilma em julho e agosto rendeu algum oxigênio. A aprovação do governo avançou cerca de cinco pontos percentuais. Só que parou. No último dia 11, a taxa de "ótimo" ou "bom" apurada pelo Datafolha era de 38%. Igual à do Ibope, nesta semana.
Apesar do marketing intenso, Dilma não sai do lugar há dois meses. As taxas não são ruins, decerto. Mas é um patamar temerário para quem aposta numa vitória no primeiro turno na corrida pelo Planalto em 2014.
Fonte: Folha de S. Paulo
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