Os cinco candidatos que disputam a presidência do PT com Rui Falcão criticaram a privatização do Campo de Libra por Dilma.
Candidatos à presidência do PT condenam ‘privatização’ de Libra
Fernanda Krakovics
BRASÍLIA- No momento em que uma crise com o PMDB ameaça o apoio do principal aliado à reeleição da presidente Dilma Rousseff, os cinco candidatos que disputam a presidência do PT com o atual ocupante do cargo, Rui Falcão — cuja vitória é dada como certa — expuseram as críticas do partido ao governo. Eles condenaram o que chamaram de privatização do campo de petróleo de libra e defenderam, em debate na noite de anteontem, o rompimento com os peemedebistas e com todos os partidos considerados de "direita".
O vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, foi chamado de "sabotador, e a aliança com o PMDB tachada de "balcão de negócios"
Falcão saiu em defesa da manutenção da aliança com o PMDB e foi chamado de "pelego" pela plateia que ocupava o auditório. Diante de tantas críticas ao governo Dilma, principalmente ao leilão do campo de petróleo de Libra, chamado abertamente de privatização, o presidente do PT tentou chamar o partido a si:
— Às vezes, dá a impressão de que somos oposição ao nosso governo.
O candidato mais comedido nas críticas foi o secretário-geral do PT, deputado Paulo Teixeira (SP), da Mensagem ao Partido, segunda maior corrente interna:
— Precisamos adensar a aliança com partidos de esquerda e movimentos sociais. A atual direção fez alianças ao centro, e isso diminui nossa capacidade de promover mudanças.
Como exemplo de mudanças travadas pelos aliados, o candidato Markus Sokol, da corrente O Trabalho, citou a Constituinte exclusiva e o plebiscito sobre reforma política, propostos por Dilma.
— O sabotador vice-presidente Michel Temer reuniu a cúpula do PMDB no (Palácio do) Jaburu para sabotar tudo. Cinco meses depois, não tem reforma política, não tem Constituinte exclusiva. O primei; ro passo para a vitória real nas próximas eleições é romper com o PMDB. Não adianta sair separado e depois se unir no segundo turno. Não quero mais esse casamento, quero separação de corpos — disse Sokol.
A palavra "privatização" foi utilizada para se referir ao leilão de Libra.
— Não podemos ter na direção do partido um coletivo de polianas. A presidente Dilma privatizou o campo de Libra. Não foi privatizado? O campo é recurso natural, que é do Estado. Chamaram a Shell, a Total e as estatais chinesas para morder o petróleo neste processo de pilhagem — disse Serge Goulart, da corrente Esquerda Marxista.
Ele rebateu a presidente Dilma, que negou que o leilão tenha sido privatização:
— O leilão não devia ter sido realizado e é inaceitável que o governo divulgue que não foi feita privatização. É o tipo de explicação que deixa nu quem o utilizar.
Fonte: O Globo
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