Gustavo Uribe e Silvia Amorim
Em um esforço para aumentar o tempo nos palanques eletrônicos para a campanha à sucessão presidencial,PSDB e PSB iniciaram nas últimas semanas uma disputa pelo apoio do PPS, partido de oposição ao governo federal. Ontem, em viagem à capital paulista, o presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, reuniu-se com o dirigente nacional do PPS, Roberto Freire, em encontro agendado no início desta semana. Em almoço, discutiram sobre a filiação de Marina Silva ao PSB e sobre os resultados da Pesquisa Ibope, divulgada na quinta-feira.
Nas últimas semanas, o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, também iniciou uma ofensiva para garantir o apoio do PPS nas eleições presidenciais do ano que vem. O comando nacional tucano tem mantido conversas semanais com a direção da sigla de oposição e há expectativa de um encontro entre Roberto Freire e Aécio Neves na semana que vem, em Brasília.
O PPS era uma das legendas que disputava a filiação de Marina Silva após ter sido negado o registro para a criação da Rede. Em conversa com o GLOBO, Roberto Freire confirmou o encontro ontem com Eduardo Campos e reconheceu que um apoio do PPS ao PSB é "uma das alternativas" para as eleições do ano que vem. Segundo ele, há integrantes do partido que defendem uma candidatura própria, mas não se trata da maioria da sigla.
— Há pessoas que defendem candidatura própria. Eu posso dizer que a (opinião) majoritária está entre Aécio Neves e Eduardo Campos — disse Freire.
Ontem, em entrevista à Rádio Estadão, Eduardo Campos defendeu que, na campanha presidencial do ano que vem, seja promovido um "debate qualificado" entre os candidatos e avaliou que, na disputa eleitoral de 2010, da qual fazia parte a sua aliada Marina Silva, faltou profundidade nas discussões de temas como Educação, saneamento e moradia. Segundo ele, o resultado da Pesquisa Ibope foi positivo para o PSB e a definição de quem ocupará a cabeça de chapa na candidatura da legenda ficará para 2014.
— Nós vamos acertar um método para que, até junho, possamos ter os programas definidos para apresentarmos ao grande debate nacional que será a campanha. Diferente de 2010, em que a gente não teve um debate em profundidade sobre temas como Educação, que é estratégico para melhorar a qualidade de vida, sobre ciência e tecnologia, sobre inovação, sobre a questão do saneamento, da moradia. Esses temas serão objeto de grande reflexão — afirmou.
Em evento na capital paulista, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, avaliou que não se trata de uma "perseguição" o pedido para que o governo de Pernambuco devolva aos cofres federais recursos repassados ao Porto de Suape. Segundo ele, a cobrança é feita pelos órgãos de controle, sem relação política.
— A presidenta não tem nada a ver com essa história, é uma história que os órgãos de controle que estão trabalhando. Não esperem nunca de nenhum de nós ato persecutório ou discriminatório em relação a outro candidato.
Em viagem ao interior de São Paulo, Aécio Neves respondeu às críticas de Dilma a governos anteriores pela falta de investimentos em metrô:
— A Dilma está com a memória fraca. Durante a gestão do presidente Lula, as principais capitais do país ficaram esperando recursos, que nunca vieram. Não houve um palmo de metrô em Belo Horizonte e Porto Alegre.
Fonte: O Globo
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