Há quem defenda constituinte exclusiva para tratar reforma
BRASÍLIA - Além das dificuldades que há anos impedem a votação de uma
reforma política no Congresso, o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN),
diz que antes de qualquer votação é preciso ouvir os presidentes dos partidos:
- Temos só três semanas de votação este ano. Se votássemos um ou dois itens
seria uma boa sinalização de que a Casa, enfim, começou a reforma política tão
esperada. Mas o debate tem que envolver os presidentes de partidos (o que não
ocorreu ainda).
Na oposição, o líder do PSDB, Bruno Araújo (PE), também defende debate mais
amplo nos partidos:
- Dada a diversidade de opiniões sobre os temas, ou há um entendimento
mínimo entre os presidentes dos cinco ou sete principais partidos, finalizando
com as bancadas da Câmara e do Senado, ou será como cego em tiroteio. Vejo mais
boa vontade do que chance real de votar algo. Não é fácil.
Incredulidade x otimismo
O líder do PR, Lincoln Portela (MG), é mais realista e direto, e não
acredita que a empreitada de Henrique Fontana, relator do projeto, surtirá
efeito este ano:
- Quem nunca sonhou já nasceu velho. Explico: Fontana pode sonhar, mas pelo
momento que a Casa vive e por não haver consenso nos pontos da reforma é
difícil votar ainda este ano. Vamos fazer o debate no próximo semestre.
Para Fontana, o importante é o presidente da Câmara, Marco Maia, levar o
debate ao plenário:
- Os partidos e os deputados poderão se posicionar perante a sociedade. A
maior parte da sociedade quer a reforma política, assim como a maioria dos
deputados.
Diante de tantas dificuldades e depois de inúmeras tentativas, há quem
defenda ainda uma constituinte exclusiva para tratar do tema, ou a votação de
regras que só entrem em vigor em duas ou três legislaturas - ou seja, um pouco
mais longe dos problemas e interesses atuais dos partidos e dos políticos.
Fonte: O Globo
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