Desde ontem em Brasília, Eduardo pode ter encontro hoje com a presidente. Antes, reúne-se com dirigentes socialistas para discutir a permanência no governo
Bruna Serra
Com seu projeto presidencial em franco andamento, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), desembarcou, ontem à noite, em Brasília para cumprir agendas políticas. Na sede nacional do PSB, Campos irá comandar uma reunião de avaliação com a cúpula do partido. O vice-presidente nacional da legenda, Roberto Amaral, os deputados federais Beto Albuquerque (RS) e Julio Delgado (MG), o senador Rodrigo Rollemberg (DF) e o primeiro-secretário, Carlos Siqueira, participam do encontro, que deve tratar prioritariamente do episódio que pautou o noticiário político na última semana: o desembarque da legenda da aliança e do governo federal.
Também existe a expectativa de um encontro entre o governador e a presidente Dilma Rousseff (PT), ou mesmo com a ministra da Casa Civil, Gleise Hoffmann (PT). Desde que ganhou força a ideia de conceder ao PMDB mais espaço na Esplanada dos Ministérios, tirando Fernando Bezerra Coelho (PSB) da pasta da Integração Nacional, o PT tem externado que o próximo passo é dar um ultimato para que o governador defina sua posição. Ficou evidente, entretanto, que a saída do PSB do ministério de Dilma ficará restrita ao cargo de Bezerra Coelho, já que o ministro da Secretaria dos Portos, Leônidas Cristino, deve permanecer como reforço ao discurso pela permanência da aliança, encampado por seus padrinhos Cid e Ciro Gomes.
Primeiro porque a estratégia era Eduardo anunciar apenas em janeiro sua candidatura presidencial. Segundo, porque PSB e PMDB nunca tiveram o que se pode chamar de uma relação amigável. Diminuir a força do PSB antes do prazo pensado por Eduardo e ainda ver seu espaço ser entregue ao PMDB, legenda da qual o PSB vem querendo se diferenciar, desde o segundo ano da gestão Dilma Rousseff, exige uma reavaliação de posicionamento.
O deputado Beto Albuquerque e o senador Rodrigo Rollemberg são favoráveis a entrega imediata dos cargos no governo, mas Eduardo tem se pautado pela cautela. Avalia que o desgaste maior ficará com o PT pela decisão de retirar o partido do Ministério da Integração. O ministro Bezerra Coelho está em São Paulo, onde se submeterá a uma cirurgia ocular e deve ficar fora de circulação justamente na semana decisiva para a sua permanência no cargo.
Na última sexta-feira (13), em reunião na Granja do Torto, em Brasília, Dilma e o ex-presidente Lula teriam abordado os cenários de alianças para 2014 e a relação entre o governo e o PSB, que majoritariamente defende a candidatura de Eduardo Campos à Presidência da República.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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