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Começar de novo
Antes de se internar para ser operado, o presidente Jair Bolsonaro autorizou ministros que o cercam mais de perto a esboçarem uma ampla, geral e irrestrita reforma ministerial que ele quer deflagrar logo depois da aprovação pelo Senado da nova Previdência e do nome de Augusto Aras para a Procuradoria Geral da República.
Nem Bolsonaro está satisfeito com o governo, e ao fraco desempenho da equipe atribui sua queda nas pesquisas de opinião. Aqueles tidos no passado como superministros, Paulo Guedes e Sérgio Moro, poderão escapar da degola, mas nem mesmo eles têm lugar garantido. Vai depender de acertos que fizerem com o capitão.
Guedes não entregou o que prometia – sinais convincentes de recuperação da economia. Ela patina. E Moro… Sabe como é. Bolsonaro está convencido de que Moro quer sucedê-lo. Ficará no governo se não resistir a mudanças na Polícia Federal. Do contrário, Bolsonaro já tem um general para substitui-lo.
O ministro da Educação tem tudo para ir dançar na chuva longe de Brasília. Bolsonaro admite que errou ao escolhê-lo, como antes havia errado na escolha do ministro que o antecedeu. Por mais que goste de Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, Bolsonaro acha que ele já deu o que poderia dar.
É o caso também de Onyx Lorenzoni, o chefe esvaziado da Casa Civil da presidência da República. Ele poderá voltar para a Câmara dos Deputados como líder do governo. Ao general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, talvez uma embaixada caísse bem.
Osmar Terra, ministro da Cidadania, Desenvolvimento Social, Esporte e Cultura, é outro que perderá com a reforma. Se não deixar de ser ministro, perderá a Cultura para o Ministério da Economia, e o comando do programa Bolsa Escola para a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves. Damares segue firme como uma rocha.
As informações são do TAG Reporter, relatório semanal das jornalistas Helena Chagas e Lydia Medeiros.
A incerta viagem do capitão a Nova York
Saúde acima de tudo
Antes de ser operado mais uma vez, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que iria a Nova Iorque “nem que seja de cadeira de rodas” para falar no próximo dia 24 em nome do Brasil na abertura de mais uma Assembleia Geral da ONU.
Na semana passada, depois de uma visita relâmpago a Bolsonaro no hospital, o general Hamilton Mourão Filho, no exercício da presidência da República, assegurou que o capitão estaria em perfeitas condições para viajar.
Não é bem assim. Segundo os médicos que cuidam dele, embora sua recuperação seja boa, Bolsonaro só será liberado para viajar em cima da hora. Eles não querem que o presidente corra risco algum. A viagem para Bolsonaro não é questão de vida ou morte.
Ele sabe que enfrentará um clima hostil na Assembleia depois que atacou o presidente francês e sua mulher e se desentendeu com outros presidentes europeus por conta da Amazônia. Teme uma retirada em massa de diplomatas durante seu discurso.
De resto, militantes da questão ambiental estão nos cascos para recepcioná-lo com faixas, cartazes e muito barulho. Só com a saúde tinindo ele enfrentará o que lhe aguarda.
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