DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
O deputado Arnaldo Madeira é um homem muito educado. Diz que o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, revela "desonestidade intelectual" ao afirmar que "esse sujeito (José Serra) vai mexer no Fundo de Garantia, nas férias, na licença-maternidade, vai tirar os direitos dos trabalhadores", caso seja eleito presidente.
Supõe que o notório Paulinho da Força tenha uma pálida ideia do que seja intelecto. O negócio dele é ação. Pragmática. Quanto ao "sujeito", é a maneira dele de indicar veemência no contraditório: desqualificando o objeto à falta de qualidade no verbo.
Na campanha presidencial de 2002 era vice de Ciro Gomes. Acusado em processo por desvio de recursos do Fundo de Amparo do Trabalhador, atirou na corregedora-geral da União, Anadyr de Mendonça: "Logo se vê que é uma mulher amarga, mal-amada."
Seis anos depois, acusado pela Polícia Federal em esquema de envolvimento em desvio de verbas do BNDES, foi absolvido por seus pares em processo por quebra de decoro parlamentar no igualmente notório Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Antes havia prometido "mexer os pauzinhos", vale dizer, dar um jeitinho de encaminhar o resultado na direção do seu interesse.
Agora se apresenta como comandante em chefe das tropas sindicalistas para dar combate sem trégua à candidatura presidencial da oposição, movido pela mesma filosofia de que os fins justificam os meios.
Qual o fim? "Não deixar José Serra ganhar a eleição." Descontada a truculência, é uma preferência e até aí nada demais. Pessoas, partidos, sindicatos, movimentos sociais, entidades, organizações, cada qual se manifesta como pode, como quer e como sabe a favor de quem quiser.
Mas não vale fazer isso no manejo de poderosas máquinas financiadas com dinheiro público, a soldo do mesmo governo para o qual defendem continuidade, atribuindo a outrem propostas fictícias a fim de atemorizar o eleitorado e pior: agindo em estado de franco desacato à lei em vigor.
A virulência - traduzida na figura de Paulo Pereira apenas por ser o de histórico e gestual mais abusado - das centrais e sindicatos não é normal para quem simplesmente está envolvido como parte num embate eleitoral.
Há quem cobre dessas entidades atitude isenta. Seria obrigá-las a transitar no terreno do obscuro. Muito melhor que assumam suas posições de maneira transparente, inequívoca. Não há mal nem crime na opinião.
O ilícito aqui reside no patrocínio público da campanha e na transgressão à Lei Eleitoral. No campo da ética, o desvio se manifesta na ausência de maior clareza a respeito das razões, não do apoio à candidatura governista, do quase pavor ante a possibilidade de que a democracia expresse como resultado a alternância do poder.
Não é pelo dito: "Esse sujeito vai tirar os direitos dos trabalhadores."
É pelo não dito: pelo temor das centrais e dos sindicatos de perderem o maná que a todos abriga no aparelho de Estado. Regra vigente desde que Lula abandonou o melhor discurso desses quase oito anos de governo, feito no primeiro ano do primeiro mandato na forma de um diagnóstico perfeito sobre a necessidade de uma reforma sindical.
De convicto defensor do sindicalismo livre das amarras do oficialismo, passou a persuasivo executor da política de cooptação de sindicalistas subservientes às benesses do Estado, dando início a uma nova geração de pelegos. Logo Lula que, quase trinta anos antes, havia ajudado a pôr a velha pelegada para correr.
Sinistrose. Fernando Pimentel repudia acusações de que tenha sido o mentor da montagem de uma central de produções de dossiês da campanha do PT numa casa do Lago Sul, em Brasília. Aos próximos confidencia: "Os aloprados são os outros."
Mais não detalha nem especifica.
Do outro lado da crise a noção da geografia específica localiza apenas, em posto de comando, personagem afeito a lutas políticas de peso conhecido em São Paulo na década dos 80 pelo apelido de "anão sinistro".
O deputado Arnaldo Madeira é um homem muito educado. Diz que o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, revela "desonestidade intelectual" ao afirmar que "esse sujeito (José Serra) vai mexer no Fundo de Garantia, nas férias, na licença-maternidade, vai tirar os direitos dos trabalhadores", caso seja eleito presidente.
Supõe que o notório Paulinho da Força tenha uma pálida ideia do que seja intelecto. O negócio dele é ação. Pragmática. Quanto ao "sujeito", é a maneira dele de indicar veemência no contraditório: desqualificando o objeto à falta de qualidade no verbo.
Na campanha presidencial de 2002 era vice de Ciro Gomes. Acusado em processo por desvio de recursos do Fundo de Amparo do Trabalhador, atirou na corregedora-geral da União, Anadyr de Mendonça: "Logo se vê que é uma mulher amarga, mal-amada."
Seis anos depois, acusado pela Polícia Federal em esquema de envolvimento em desvio de verbas do BNDES, foi absolvido por seus pares em processo por quebra de decoro parlamentar no igualmente notório Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Antes havia prometido "mexer os pauzinhos", vale dizer, dar um jeitinho de encaminhar o resultado na direção do seu interesse.
Agora se apresenta como comandante em chefe das tropas sindicalistas para dar combate sem trégua à candidatura presidencial da oposição, movido pela mesma filosofia de que os fins justificam os meios.
Qual o fim? "Não deixar José Serra ganhar a eleição." Descontada a truculência, é uma preferência e até aí nada demais. Pessoas, partidos, sindicatos, movimentos sociais, entidades, organizações, cada qual se manifesta como pode, como quer e como sabe a favor de quem quiser.
Mas não vale fazer isso no manejo de poderosas máquinas financiadas com dinheiro público, a soldo do mesmo governo para o qual defendem continuidade, atribuindo a outrem propostas fictícias a fim de atemorizar o eleitorado e pior: agindo em estado de franco desacato à lei em vigor.
A virulência - traduzida na figura de Paulo Pereira apenas por ser o de histórico e gestual mais abusado - das centrais e sindicatos não é normal para quem simplesmente está envolvido como parte num embate eleitoral.
Há quem cobre dessas entidades atitude isenta. Seria obrigá-las a transitar no terreno do obscuro. Muito melhor que assumam suas posições de maneira transparente, inequívoca. Não há mal nem crime na opinião.
O ilícito aqui reside no patrocínio público da campanha e na transgressão à Lei Eleitoral. No campo da ética, o desvio se manifesta na ausência de maior clareza a respeito das razões, não do apoio à candidatura governista, do quase pavor ante a possibilidade de que a democracia expresse como resultado a alternância do poder.
Não é pelo dito: "Esse sujeito vai tirar os direitos dos trabalhadores."
É pelo não dito: pelo temor das centrais e dos sindicatos de perderem o maná que a todos abriga no aparelho de Estado. Regra vigente desde que Lula abandonou o melhor discurso desses quase oito anos de governo, feito no primeiro ano do primeiro mandato na forma de um diagnóstico perfeito sobre a necessidade de uma reforma sindical.
De convicto defensor do sindicalismo livre das amarras do oficialismo, passou a persuasivo executor da política de cooptação de sindicalistas subservientes às benesses do Estado, dando início a uma nova geração de pelegos. Logo Lula que, quase trinta anos antes, havia ajudado a pôr a velha pelegada para correr.
Sinistrose. Fernando Pimentel repudia acusações de que tenha sido o mentor da montagem de uma central de produções de dossiês da campanha do PT numa casa do Lago Sul, em Brasília. Aos próximos confidencia: "Os aloprados são os outros."
Mais não detalha nem especifica.
Do outro lado da crise a noção da geografia específica localiza apenas, em posto de comando, personagem afeito a lutas políticas de peso conhecido em São Paulo na década dos 80 pelo apelido de "anão sinistro".
Nenhum comentário:
Postar um comentário