BRASÍLIA - O PSDB mantém a estratégia de tornar o senador Aécio Neves (PSDB-MG) um nome conhecido nacionalmente em vez de desviar o foco para a realização de prévias para saber quem será o candidato do partido ao Palácio do Planalto em 2014. Apesar do entusiasmo de alguns aliados do ex-governador José Serra com os recentes resultados das pesquisas de intenção de voto, tucanos ouvidos pelo Estado de Minas asseguraram que não há razões para alterar o planejamento estabelecido desde que o senador mineiro foi eleito presidente da legenda. "Essa questão está definida no partido. Em nenhuma das consultas feitas a qualquer um dos diretórios regionais houve qualquer sinalização sobre prévias para definirmos nosso candidato", disse Pimenta da Veiga, ministro das Comunicações no governo Fernando Henrique.
Presidente do Instituto Teotônio Vilela e ex-presidente do PSDB, o deputado Sérgio Guerra (PE) afirmou que o partido só tem um candidato para 2014, o que elimina a necessidade da realização de prévias internas. "Nesse instante, nosso desafio não é decidir qual será o candidato, mas fazer com que esse candidato ganhe as ruas e o apoio da população", declarou.
Um tucano paulista que não pertence ao grupo de Serra ironizou a movimentação dos serristas, que defendem as prévias para saber quem deve representar o partido nas eleições presidenciais de 2014. "Quando nós defendíamos as prévias para a prefeitura (em 2012), ele (Serra) era contrário. Engraçado como mudou de ideia agora, não?", questionou o parlamentar federal. Outro tucano lembrou que, em 2010, Aécio chegou a defender a realização de prévias para a escolha do presidenciável tucano, proposta rechaçada por Serra à época.
Um aliado do senador mineiro lembrou a situação confortável em que Aécio se encontra no confronto direto com Serra pela candidatura em 2014. "À exceção de Eduardo Campos (PSB), Aécio é o nome menos conhecido nacionalmente. E, à exceção de Marina Silva (Rede Sustentabilidade), ele é o que tem a menor rejeição. Querem comparar esses dois dados com José Serra?", alfinetou o tucano, integrante da direção partidária.
Protestos Presidente do diretório mineiro do PSDB, o deputado federal Marcus Pestana lembrou que o PSDB reuniu a executiva, fez uma convenção nacional, promoveu uma radiografia em todos os diretórios regionais e definiu que o partido terá um candidato. Ele afirmou que Aécio tem 98% de apoio no partido. "Só não lançamos a candidatura agora porque o recado dado pelas ruas aos partidos políticos foi muito claro: pensem menos nas eleições e cuidem mais da gente", acrescentou Pestana.
Líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP) lembrou que, durante reunião do diretório nacional do partido na semana passada, com representantes dos 27 diretórios estaduais do PSDB, a tese de realização das prévias não foi levantada em nenhum momento. "Isso mostra claramente que esse não é um assunto que está sendo discutido internamente", reforçou.
A hipótese de realização das prévias é vista como uma última esperança de Serra de tentar se inserir no debate sucessório no PSDB. "Mas ele ou um dos aliados deveria ter proposto isso lá atrás, não agora. Aécio foi eleito presidente do partido, controla o ITV (Instituto Teotônio Vilela), ajudou a montar a executiva nacional e trouxe para o comando partidário nomes ligados a Serra, como o ex-governador Alberto Goldmann (SP) como vice-presidente, o deputado Mendes Thame como secretário-geral e o senador Aloysio Nunes Ferreira. A máquina partidária está fechada com ele", definiu um cacique tucano.
Fonte: Estado de Minas
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