Daniela Lima – Folha de S. Paulo
BRASÍLIA - Aliados do vice-presidente Michel Temer (PMDB) sinalizaram que o peemedebista não colocaria obstáculos à formulação de um regime semelhante ao parlamentarismo no Brasil como saída para a crise.
Eles ressaltam que a disposição do vice está impressa, inclusive, no documento apresentado por ele no ano passado como uma espécie de plano de governo, o "Ponte Para o Futuro". A peça prega o fortalecimento do Parlamento e defende a autonomia do Congresso para formular o Orçamento.
A fala é um sinal verde na direção da iniciativa do presidente do Senado, Renan Calheiros, e do senador José Serra (PSDB-SP) de deflagrar uma operação para discutir a implantação do semiparlamentarismo no país.
Sem alarde, o Senado aprovou na semana passada a criação de uma comissão especial para debater o tema. A iniciativa foi revelada pela Folha. A ideia é tida como "uma saída honrosa" para o impasse que se instaurou no país.
Participam das conversas, além de Renan e Serra, nomes como o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) e Aloysio Nunes (PSDB-SP) –este apresentou um projeto defendendo a adoção do parlamentarismo nesta terça (8).
Nas discussões, tem ganhado força a ideia de que o Senado deve formular uma proposta que apresente um período de "transição" do regime presidencialista para o semipresidencialista nos próximos anos, com Dilma Rousseff ou Temer no poder. A mudança definitiva se daria em 2018.
Presidente do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) diz ver na tese a chance de "se criar uma saída que não seja temporária".
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