Caetano Tonet e Jéssica Sant’Ana / Valor Econômico
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
afirmou na noite desta quarta-feira (28) que o governo não tem outra
alternativa de receita para cobrir o rombo que seria aberto caso o decreto que
aumentou as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) seja
revogado pelo Congresso Nacional.
A declaração foi dada pelo ministro após
reunião com os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB)
e Davi Alcolumbre (União-AP), respectivamente. O ministro disse que, durante a
reunião, explicou para os chefes do Parlamento que uma derrubada do decreto na
íntegra elevaria a contenção de despesas para mais de R$ 50 bilhões.
Atualmente, a contenção é de R$ 31,3 bilhões.
"Nós ficaremos em um patamar bastante delicado do ponto de vista do funcionamento da máquina pública", afirmou Haddad a jornalistas, após a reunião, que começou por volta das 20h e durou duas horas. Ele disse que, para este ano, o governo não tem outra alternativa de receita senão o aumento do IOF para garantir o cumprimento das regras fiscais.
"Eu expliquei [para Motta e Alcolumbre]
que em 2025 nós temos uma certa dificuldade em virtude do fato de que existem
normas constitucionais que obrigam a observação de noventena, anualidade",
afirmou o ministro, ao se explicar que não haveria tempo hábil para subir outro
tipo de imposto neste ano em substituição à alta do IOF.
Haddad, contudo, se colocou à disposição para
discutir alternativas para 2026 em diante. Esse foi um pedido de Motta e
Alcolumbre, segundo o ministro. "Falei que é absolutamente possível pensar
numa agenda estruturante, que mexesse com outros aspectos do Orçamento, como
gasto primário", relatou.
Segundo Haddad, ficou acertada de acontecer
uma nova reunião depois da próxima semana para tratar dessas medidas que
poderiam ser adotadas para 2026 em diante para substituir o aumento do IOF.
O ministro relatou, ainda, que os presidentes da Câmara e do Senado terão uma reunião amanhã com os deputados e senadores para explicar quais são as consequências da derrubada integral do decreto do IOF.
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