DEU EM O GLOBO
Para ela, agora é possível zerar o déficit habitacional "tranquilamente", acabar com pobreza e fazer reforma tributária
Leila Suwwan* e Isabel Marchezan**
PORTO ALEGRE. Apesar de ter participado do governo Luiz Inácio Lula da Silva desde o começo, após sete anos e meio a exministra e pré-candidata à Presidência pelo PT, Dilma Rousseff, disse ontem que é possível acabar com a pobreza em uma década e que dá para zerar o déficit habitacional “tranquilamente”.
Ela fez ontem, em Porto Alegre, um discurso para empresários no qual ainda indicou suas primeiras promessas: além de zerar o déficit habitacional, iniciar a reforma tributária, que o governo Lula também não conseguiu fazer.
A ex-ministra apontou como um dos desafios acabar com a pobreza no país em uma década. Para ela, foram as políticas econômicas e sociais do governo Lula que criaram as condições para essa trajetória, porque, disse, conseguiram derrotar o enigma da “esfinge maligna” da “estagnação e desigualdade”.
A petista chegou a chamar de “insensatez” e “maluquice” as políticas industrial e educacional da gestão Fernando Henrique, sem citá-lo.
— Nós hoje estabilizamos muita coisa, criamos uma nova era de prosperidade. Tudo isso configura um quadro em que a reforma tributaria é nosso próximo desafio. Um dos (desafios), porque vamos ter vários. O outro é acabar com a pobreza nesta década. O outro é zerar o déficit habitacional — disse Dilma, sem dizer que a estabilidade começou no governo FH e sem revelar que o governo Lula jamais se empenhou pela aprovação de uma reforma tributária.
A pré-candidata afirmou que considera possível acabar com a pobreza nessa década: — É possível acabar com a pobreza nesta década que se inicia.
Mas isso não significa que você pode tirar o Bolsa Família desde logo, tem que capacitar, garantir que (a economia) continue crescendo, tem que garantir que tenha emprego, e sobretudo política para os jovens.
Dilma disse que o déficit habitacional pode ser zerado “tranquilamente”, mantidas as políticas sociais. A ex-ministra disse ainda que “chegou a hora da reforma tributária”, devido à situação de maturidade econômica, com estabilidade e o enfrentamento da crise. Ela disse ser “prioridade” agora rever e simplificar os impostos, acabando com a tributação em cascata e desonerando os investimentos.
Mas disse ser importante aliar um fundo de compensação para as perdas dos estados com eventuais mudanças no ICMS: — Mudou a visão de cada um de nós a respeito da importância da desoneração tributária.
Essa mudança permite que eu diga para vocês que, além da convicção na teoria, eu tenho a convicção prática (...). Mas sem um fundo de compensação para os estados, não implantaremos uma reforma tributária de jeito nenhum . A hora da reforma tributária chegou, mas não se fará isso sem muita conversa.
Dilma reconheceu os avanços do antecessor de Lula no processo de redemocratização, mas usou diversas vezes as palavras estagnação e desigualdade para descrever os 25 anos pré-Lula, nos quais incluiu a gestão FH. A petista atribuiu a Lula a consolidação da estabilidade econômica, garantida, na verdade, na gestão do tucano e que teve continuidade com o PT.
— Nós vencemos a esfinge.
Nós encaramos esses dois problemas, estagnação e desigualdade — disse. — Temos de ter responsabilidade de saber quais são os passos para preservar e fazer avançar. Tudo isso não caiu do céu, não foi obra do acaso ou lance de sorte. Disseram: (os petistas) “estão governando com o vento a favor e, se tivessem uma crise pela frente, não saberão o que fazer”.
Nós demonstramos que soubemos o que fazer.
A ex-ministra adiantou um ponto de seu programa de governo, que será o investimento no que chamou de “tríade” para o salto de desenvolvimento do país: política industrial, educação de qualidade e inovação de ciência e tecnologia: — Nós fizemos, fazemos e teremos de fazer política industrial no nosso país.
Para ela, agora é possível zerar o déficit habitacional "tranquilamente", acabar com pobreza e fazer reforma tributária
Leila Suwwan* e Isabel Marchezan**
PORTO ALEGRE. Apesar de ter participado do governo Luiz Inácio Lula da Silva desde o começo, após sete anos e meio a exministra e pré-candidata à Presidência pelo PT, Dilma Rousseff, disse ontem que é possível acabar com a pobreza em uma década e que dá para zerar o déficit habitacional “tranquilamente”.
Ela fez ontem, em Porto Alegre, um discurso para empresários no qual ainda indicou suas primeiras promessas: além de zerar o déficit habitacional, iniciar a reforma tributária, que o governo Lula também não conseguiu fazer.
A ex-ministra apontou como um dos desafios acabar com a pobreza no país em uma década. Para ela, foram as políticas econômicas e sociais do governo Lula que criaram as condições para essa trajetória, porque, disse, conseguiram derrotar o enigma da “esfinge maligna” da “estagnação e desigualdade”.
A petista chegou a chamar de “insensatez” e “maluquice” as políticas industrial e educacional da gestão Fernando Henrique, sem citá-lo.
— Nós hoje estabilizamos muita coisa, criamos uma nova era de prosperidade. Tudo isso configura um quadro em que a reforma tributaria é nosso próximo desafio. Um dos (desafios), porque vamos ter vários. O outro é acabar com a pobreza nesta década. O outro é zerar o déficit habitacional — disse Dilma, sem dizer que a estabilidade começou no governo FH e sem revelar que o governo Lula jamais se empenhou pela aprovação de uma reforma tributária.
A pré-candidata afirmou que considera possível acabar com a pobreza nessa década: — É possível acabar com a pobreza nesta década que se inicia.
Mas isso não significa que você pode tirar o Bolsa Família desde logo, tem que capacitar, garantir que (a economia) continue crescendo, tem que garantir que tenha emprego, e sobretudo política para os jovens.
Dilma disse que o déficit habitacional pode ser zerado “tranquilamente”, mantidas as políticas sociais. A ex-ministra disse ainda que “chegou a hora da reforma tributária”, devido à situação de maturidade econômica, com estabilidade e o enfrentamento da crise. Ela disse ser “prioridade” agora rever e simplificar os impostos, acabando com a tributação em cascata e desonerando os investimentos.
Mas disse ser importante aliar um fundo de compensação para as perdas dos estados com eventuais mudanças no ICMS: — Mudou a visão de cada um de nós a respeito da importância da desoneração tributária.
Essa mudança permite que eu diga para vocês que, além da convicção na teoria, eu tenho a convicção prática (...). Mas sem um fundo de compensação para os estados, não implantaremos uma reforma tributária de jeito nenhum . A hora da reforma tributária chegou, mas não se fará isso sem muita conversa.
Dilma reconheceu os avanços do antecessor de Lula no processo de redemocratização, mas usou diversas vezes as palavras estagnação e desigualdade para descrever os 25 anos pré-Lula, nos quais incluiu a gestão FH. A petista atribuiu a Lula a consolidação da estabilidade econômica, garantida, na verdade, na gestão do tucano e que teve continuidade com o PT.
— Nós vencemos a esfinge.
Nós encaramos esses dois problemas, estagnação e desigualdade — disse. — Temos de ter responsabilidade de saber quais são os passos para preservar e fazer avançar. Tudo isso não caiu do céu, não foi obra do acaso ou lance de sorte. Disseram: (os petistas) “estão governando com o vento a favor e, se tivessem uma crise pela frente, não saberão o que fazer”.
Nós demonstramos que soubemos o que fazer.
A ex-ministra adiantou um ponto de seu programa de governo, que será o investimento no que chamou de “tríade” para o salto de desenvolvimento do país: política industrial, educação de qualidade e inovação de ciência e tecnologia: — Nós fizemos, fazemos e teremos de fazer política industrial no nosso país.
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