Raphael di Cunto
SÃO PAULO - A ex-ministra de Meio Ambiente e ex-senadora Marina Silva (sem partido), candidata que obteve 20 milhões de votos na eleição para a Presidência em 2010 pelo PV, confirmou que ficará fora das campanhas majoritárias nas maiores cidades do país. "Não estou preocupada em terminar essas eleições e fazer a conta de quantos prefeitos e vereadores elegi", afirmou ontem em São Paulo.
Marina disse que fará campanha para poucos porque acha que contribuirá mais para a política assim. "Nesse momento em que muita gente vai ficar em cima do palanque, é preciso que alguém fique embaixo do palanque, do lado do eleitor", afirmou.
Para a candidata do PV, os votos conquistados em 2010 não são um "capital político" que possa ser transferido. "É um legado, que não pode ser apropriado por uma só pessoa. Os votos não eram meus, eram dos eleitores", disse a ex-senadora.
A ex-ministra reiterou que não pensa, pelo menos por enquanto, em formar um partido político e que está focada em fortalecer a plataforma Cidades Sustentáveis, da Rede Nossa São Paulo, com projetos e compromissos para os candidatos a prefeito.
Marina disse, porém, que não basta se comprometer com a agenda ambiental na época da eleição e depois não cumpri-la. "Mais do que uma adesão à plataforma, [apoiarei os candidatos que] têm um testemunho de vida, que fazem da vida a sua plataforma", afirmou.
Marina citou como possíveis candidatos que apoiará o ex-prefeito de Manaus Serafim Corrêa (PSB), o ex-deputado Marcio Santilli (PPS), defensor dos direitos dos povos indígenas que concorre em Assis (SP), e o médico veterinário Dr Rogério Carvalho (PSOL), em Cajamar (SP).
Segundo Marina, há ainda discussões com dois candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro: o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) ou a deputada estadual Aspásia Camargo (PV). "Tenho muito respeito pela deputada Aspásia, mas ela faz campanha com a chancela do grupo que de certa forma expurgou o legado que fomos capazes de produzir nas eleições de 2010, então há dificuldades", disse.
Em São Paulo, Marina negou apoio a todos os candidatos que tentam atrair seus eleitores. "Meu candidato em São Paulo é o Ricardo Young", afirmou a ex-ministra, que participou na noite de ontem do lançamento da candidatura de Young à Câmara Municipal de São Paulo pelo PPS. Young concorreu ao Senado em 2010 pelo PV.
A candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo, Soninha Francine, foi ao evento em busca de apoio, que Marina não parecia propensa a dar. "Não vou deixar de ter o apoio por falta de ter pedido", disse Soninha.
Entretanto nem Young, que tem posição de destaque na chapa de vereadores do partido, dá destaque a Soninha em seu material - a única referência é um pequeno selo, na última página do caderno que distribuiu no evento com suas propostas.
FONTE: VALOR ECONÔMICO
Nenhum comentário:
Postar um comentário