DEU EM O GLOBO
Senador diz que PSDB sonha com chapa puro-sangue e que janeiro é a hora de Serra ir para a rua como candidato
Para o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), com a desistência do governador de Minas, Aécio Neves, de disputar a Presidência da República, a candidatura do governador de São Paulo, José Serra, tem que estar na rua em janeiro. Informado da decisão do mineiro enquanto passava por um check-up anual nos Estados Unidos, Tasso classificou a atitude como um “gesto espetacular” porque força o partido a antecipar a decisão sobre a candidatura e buscar alianças. Aécio, segundo ele, será pressionado a aceitar compor com Serra a chapa puro-sangue
Isabela Martin
Fortaleza
O GLOBO: Como o senhor recebeu a notícia da desistência do governador Aécio Neves?
TASSO JEREISSATI: Havia uma expectativa que a gente entrasse o ano novo com uma solução.
O Aécio fez um gesto espetacular, ao mesmo tempo que foi bastante pragmático. As suas possibilidades concretas estavam numa prévia. E as prévias não se realizando, para o partido o melhor era ele tomar essa decisão. Agora em janeiro somos obrigados a tomar uma decisão junto com nosso candidato, que fatalmente será o Serra.
Serra já decidiu se será mesmo candidato? Ele está reticente ou é estratégia?
TASSO: Serra é uma pessoa que gosta de tomar decisões de última hora. Faz parte da sua personalidade. Mas o partido está exigindo agora em janeiro uma decisão. Em outras circunstancias não seria tão necessário. Mas Lula precipitou a campanha em mais de um ano. É difícil você ver uma foto do Lula hoje em que a Dilma não esteja como papagaio de pirata do lado.
Senador diz que PSDB sonha com chapa puro-sangue e que janeiro é a hora de Serra ir para a rua como candidato
Para o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), com a desistência do governador de Minas, Aécio Neves, de disputar a Presidência da República, a candidatura do governador de São Paulo, José Serra, tem que estar na rua em janeiro. Informado da decisão do mineiro enquanto passava por um check-up anual nos Estados Unidos, Tasso classificou a atitude como um “gesto espetacular” porque força o partido a antecipar a decisão sobre a candidatura e buscar alianças. Aécio, segundo ele, será pressionado a aceitar compor com Serra a chapa puro-sangue
Isabela Martin
Fortaleza
O GLOBO: Como o senhor recebeu a notícia da desistência do governador Aécio Neves?
TASSO JEREISSATI: Havia uma expectativa que a gente entrasse o ano novo com uma solução.
O Aécio fez um gesto espetacular, ao mesmo tempo que foi bastante pragmático. As suas possibilidades concretas estavam numa prévia. E as prévias não se realizando, para o partido o melhor era ele tomar essa decisão. Agora em janeiro somos obrigados a tomar uma decisão junto com nosso candidato, que fatalmente será o Serra.
Serra já decidiu se será mesmo candidato? Ele está reticente ou é estratégia?
TASSO: Serra é uma pessoa que gosta de tomar decisões de última hora. Faz parte da sua personalidade. Mas o partido está exigindo agora em janeiro uma decisão. Em outras circunstancias não seria tão necessário. Mas Lula precipitou a campanha em mais de um ano. É difícil você ver uma foto do Lula hoje em que a Dilma não esteja como papagaio de pirata do lado.
‘Nem jeitão de candidata ela (Dilma) tem’
O senhor conversou com Serra depois da decisão de Aécio?
TASSO: Não. Mas para o Serra não ficou alternativa, é definir ou definir. Janeiro chegou, e chegou este momento.
Além do DEM, quais os outros partidos que podem compor uma aliança?
TASSO: Acho que pode vir ainda o PMDB.
Rachado.
TASSO: Rachado ele vai ficar. A definição da candidatura Ciro vai definir um quadro de maneira decisiva. Acho que o próprio PDT, diante de uma candidatura do Ciro ou não, ainda não tem uma definição muito clara. E essas definições vão também levar a que outros partidos, como o PMDB, revejam sua posição.
A chapa puro-sangue não torna mais difícil ampliar o arco de alianças?
TASSO: Fica. Mas, no caso do puro sangue sendo com Aécio, a perspectiva de ganhar fica maior ainda. Aécio é agregador. Fora isso, uma chapa que venha com perspectiva de vitória, nos dois estados mais populosos do Brasil, é uma candidatura que nasce muito forte.
Aécio considera isso?
TASSO: Ele colocou que vai ajudar no que puder. Mas a prioridade dele é eleger o governador de Minas. Diante do quadro, ele que se prepare porque vai sofrer uma pressão muito grande do partido e até de outros partidos para aceitar. Por isso que digo que muita água vai rolar. O partido todo sonha com isso.
Quais as chances de derrotar uma candidata que tem Lula como padrinho?
TASSO: A Dilma não é o Lula. O Lula é único porque as pessoas se identificam nele. Não é só por causa do Bolsa Família. Na época do mensalão, ouvi as pessoas do interior dizer: “ele pode até fazer, mas é um de nós”. A Dilma não é. Pelo contrário, nem jeitão de candidata ela tem. Ela não é simpática, não é simples, é arrogante, não tem boa comunicação, é prepotente, e não tem uma afinidade popular.
E o Serra tem?
TASSO: O Serra é governador de São Paulo, já foi prefeito, senador e candidato a presidente com excelente votação. Não confunda não ter afinidade popular com não ser sorridente, gaiato. É uma herança da história dele. A Dilma vai chegar só com o padrinho. O PAC é um fracasso. O discurso da Dilma só pode ser: “o Lula é o meu padrinho”. E daí?
O presidente Lula parece muito confiante de que fará seu sucessor.
TASSO : Lula descolou do chão. Tenho uma admiração por ele, pelo que representou.
Mas ele descolou. O Papa é coisinha na frente dele. Ele está dando aula para o (Barack) Obama e explicando até porque a terra não é redonda e dizendo que foi Freud que disse isso. Como diz a juventude, ele está se achando. Não é surpresa ele achar que onde tocar o dedo vai se iluminar
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