Ana Fernandes, Vera Rosa e Ricardo Galhardo - O Estado de S. Paulo
• Pleito foi declarado encerrado pelo tesoureiro da sigla, Márcio Macêdo, em meio às críticas de vários militantes que pediam para o tema ser definido neste sábado e não na próxima reunião do diretório nacional
SALVADOR - As votações do texto final que sai do 5º Congresso do PT foram encerradas com vaias dos delegados que queriam apreciar a questão das doações empresariais. A votação para remeter a decisão para a próxima reunião do diretório nacional do partido foi feita por contraste visual dos crachás levantados pelos delegados.
Pelas imagens que são transmitidas pela internet, não ficou claro se havia maioria de cada um dos lados, mas a direção optou por encerrar a questão. O tesoureiro Márcio Macêdo declarou o encontro encerrado e disse que a questão seria remetida ao diretório "sem prejuízo dos debates". Muitos gritaram pedindo votação e houve vaias. Alguns delegados chacoalhavam os crachás no ar em protesto à decisão.
O debate prévio à decisão sobre as doações também foi rápido. Valter Pomar, da corrente Articulação de Esquerda, disse que o Congresso não deveria abrir mão da discussão. "O Congresso tem que reafirmar a posição de não aceitar financiamento empresarial", disse argumentando que a questão era de gravidade e importância. Já o ex-tesoureiro Paulo Ferreira, da CNB, disse que seria um "prejuízo" votar antes de haver uma definição do marco legal sobre o tema.
Em abril, o partido definiu que seus diretórios não recebam doações de empresas e deixou em aberto as doações a candidatos. A Câmara dos Deputados aprovou em primeira votação, nas discussões da reforma política, uma PEC na direção contrária, que veta a doação a campanhas mas libera a partidos. Com isso, o partido se vê pressionado a recuar da decisão. Diretórios estaduais endividados também pressionam por não terem dinheiro em caixa para quitar dívidas de campanha do ano passado.
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